PASSEANDO NO HAIKAI-L
Festa de São João
quentão e muita dança
- agita a fogueira
ade [HAIKAI-L] Corpus Christi
Seguindo a procissão de Haikais...
A Tv desligada
As Crianças dormindo...
Noite de oração!
Rodrigo Vieira Ribeiro
O Corpo de Cristo
Seguido pelos fiéis
Passa pelas ruas.
Nelson Savioli
passa o Corpus Christi --
sobre o tapete desfeito
segue o cadeirante
-
josé marins- 2011
Em 23/05/08, Ade.Reis
Minha contribuição :
I
tapete florido
ao longo da procissão
- canta a madeira moída
II
fé de hora marcada
cordão de gente - rosas celebram
promessa de redenção
III
rosas e serragens
desenham com seus corpos
o caminho dos homens
IV
imenso tapete
de rosas, cantos, contrições
- gente pacificada
ade
Ateu extasiado.
"Procissão de Corpus Christi,
beleza divina."
Nelson Savioli
Kaki Net
2008 Para: HAIKAI-L
[HAIKAI-L] Corpus Christi
Amigos da Haikai-L:
A obra Natureza - Berço do Haicai, de Goga e
Teruko, registra palavras e expressões que
remetem às quatro estações do ano. Quando usadas
para escrever haicais, são conhecidas por kigos
(kigo [jap.] = palavra de estação). Datas
comemorativas, civis e religiosas, também marcam
sua época, e por isso constituem-se em kigos.
Nossa sociedade, cada vez mais laica, vê
progressivamente esvaziarem-se do significado
religioso original suas antigas comemorações,
hoje mais lembradas como dias para descanso.
Natal, Paixão e Páscoa ainda conservam um pouco
desse significado, por serem baseadas em aspecto
concretos da vida de Jesus, e por isso facilmente
assimiláveis: nascimento, morte e ressureição.
Mas o que significa o Corpus Christi?
Não é uma comemoração associada diretamente a
nenhuma das etapas da vida de Jesus na Terra,
como são as datas anteriormente mencionadas, e
nem associada à vida de santos católicos,
como as populares Festas Juninas.
O Corpus Christi, que significa Corpo de Cristo,
é uma comemoração instituída pela Igreja medieval
para celebrar o sacramento da Eucaristia, que por
sua vez representa a última ceia de Jesus com
seus apóstolos na Quinta-feira Santa. Nesse dia,
segundo a Bíblia, Jesus repartiu o pão, dizendo:
"Isto é o meu corpo que é dados por vós. Fazei
isto em minha memória" (Lucas, 22:19).
A Eucaristia representa um dos mistérios mais
caros aos católicos (e a muitos outros cristãos):
a transubstanciação, isto é, a transformação real
(e não apenas simbólica) do pão (ou hóstia) no
corpo, e do vinho no sangue de Jesus.
Foi pela necessidade de reafirmar e realçar a
experiência da Eucaristia que o papa Urbano IV
instituiu em 1264 a solenidade do Corpus Christi,
a ser comemorada sempre numa quinta-feira, num
paralelismo com a Quinta-feira Santa em que ocorreu a Última Ceia.
Note-se o caráter festivo do Corpus Christi, em
comparação com a atmosfera de luto antecipado da
Quinta-feira Santa, por causa da morte de Jesus no dia seguinte.
No Brasil (e parece que também em Portugal), o
Corpus Christi é marcado por procissões, sendo
que em muitas cidades ocorre o costume de se
enfeitar as ruas por onde aquelas passam com
desenhos multicoloridos feitos de serragem,
folhas e pétalas de flores, atraindo muitos
turistas. Numa breve pesquisa pela internet, não
encontrei esse hábito em outros países. Na
Inglaterra, tapetes de flores são desenhados
sobre o corredor central das igrejas. Aliás, a
igreja anglicana parece ser a única, além da
católica, que reconhece a festividade.
Na Grande São Paulo, é muito famoso o tapete
colorido de 850m de extensão da cidade de Santana
de Parnaíba, local que, além disso, conserva o
maior conjunto arquitetônico colonial do estado
de São Paulo, com mais de duzentas construções
datadas dos séculos 17 e 18. Os tapetes de Ouro
Preto e Florianópolis também são famosos. Em Cabo
Frio (RJ), o tapete é feito de sal grosso.
Seguem-se alguns exemplos de haicais. Convido os
amigos a postarem as suas próprias tentativas.
Pisoteando petalas,
no dia de Corpus Christi,
pes fieis caminham.
Alberto Murata
Corpo de Cristo:
no rastro da procissao,
petalas ao vento...
Mario Kassawara
O vento da tarde
espalhou pela avenida
o corpo de Cristo.
Sérgio Pichorim
Paz & Bem
Adeir
Dia de São João
bandeirolas coloridas
enfeitam o vento
josé marins
junto com o vento -
crianças passam na calçada
em trajes caipiras
- josé marins
2007
13 de Jun de
Êta nóis!
Si dipendê do alegramento du cumpadi
Rogér, u mêis de jun vai sê uma só festança.
alegria junina
nas banderinha di cor
ô anisete bâo!
zé marins
Amigos,
E viva o santo casamenteiro!
Outros santos em breve terão suas homenagens.
Algumas cenas das festas juninas do meu Brasil.
Algumas cenas das festas juninas do meu Brasil.
I
o caipira embalou
sua noite com quentão
- Dia de Santo Antonio
II
o folião pediu
pipoca e pé-de-moleque
- Viva Santo Antonio!
III
o sanfoneiro toca
a mesma quadrilha
- é noite de São João!
IV
a filha de João
disse sim a Pedro
- ah! Santo Antonio!
V
no bolo de fubá
promessa para o Santo
- um marido, um marido!
VI
a donzela deixou o
santo de ponta-cabeça
- benção, amém...
VII
quermesse na roça
tem leitão como prêmio
- é o bingo do Santo!
VIII
cuscuz paulista,
paçoca com quentão
- festa em Piracicaba
IX
no correio-elegante
um pedido de namoro
- sim, claro que sim!
X
o loirinho banguela
dança com a moreninha
- olha a chuva!
Abraços
Rogério Viana
Antonio Carlos Queiroz <acqueiroz@...> escreveu:
O José Marins tem razão quanto à importância de
cultivarmos o folclore nacional!
Vestido da noiva
Escondendo a barriga -
Dia de Santo Antônio
ACQ
junho/2006
Pra animar a festa,
mandioca e carne de sol -
a dupla perfeita.
Alberto Murata
São Paulo-SP
Quermesse lampeja,
Fogueira junina
Pipoca e quentão.
Carlos Glaujor
São Paulo-SP
2005
HAICAIS DA QUINZENA
Depois da festa,
batata-doce na brasa
para a meninada.
Ivanilda Silva
Uberaba-MG
Na festa caipira,
na mesa, bem sobressai
a batata-doce.
Ivanilda Silva
Uberaba-MG
Num fragil voo
A borboleta de inverno
Chega ao meu jardim.
Mario Kassawara
Birigui-SP
Na festa junina
Batata-doce quentinha
Seduz criancada
Irene Massumi Fuki
Sao Paulo-SP
Na manha seguinte
Batata-doce esquecida
Virou carvao!
Izumi Fujiki
Sao Paulo-SP
Festa de Sao Joao
Batata-doce na brasa
Virou carvao.
Roberto Ottani
Ribeirao Preto-SP
Sobre a mesa um prato.
Doce de batata-doce,
dando agua na boca.
Analice Feitoza de Lima
Sao Paulo-SP
Em algum lugar
Batata-doce assada
Vento traz seu aroma.
Yone
Sao Paulo-SP
Vizinho colhendo
batata-doce, no cesto,
na horta de casa.
Benedita Silva de Azevedo
Mage-RJ
O santo lembrado
Na rua e na escola
Festa de Sao Joao.
Sanami W. Okada
Sao Paulo-SP
Nenhuma sombra --
O longo mugir do gado
pelo prado seco.
Teruko Oda
Cotia-SP
Crianca perdida --
Anuncia ao microfone
Festa de Sao Joao.
Izumi Fujiki
Sao Paulo-SP
Assando batata
na fogueira de Sao Joao...
Lembranca da infancia.
Benedita Silva de Azevedo
Mage-RJ
Vi balao no ceu
e' festa de Sao Joao
mesa bem farta.
Mario Azevedo Alexandre
Sao Vicente-SP
Festa de Sao Joao
Ao redor da fogueira
Danca quadrilha.
Mario Kassawara
Birigui-SP
No lombo do burro
os bambus para o terreiro --
Dia de Sao Joao
Regina Alonso
Santos-SP
Batatas assando.
E na flamula estampado
Sao Joao tremulando...
Analice Feitoza de Lima
Sao Paulo-SP
Junho, na Fazenda
Festa de Sao Joao
Alvoroco total.
Amelia P Coelho Gomes
Ponte Nova-MG
Festa no interior
bandeirolas no arraial
Sao Joao no mastro.
Olga Amorim
Sao Paulo-SP
Estrela no ceu
Fogueira na terra
Noite de Sao Joao
Harumi Ogiwara
Sao Paulo-SP
Na vizinhanca
muitos fogos e gritaria --
Dia de Sao Joao.
Ivanilda Silva
Uberaba-MG
Sabor sem igual --
No prato de yakissoba
Brocolis crocante.
Mario Isao Otsuka
Sao Paulo-SP
Festa de Sao Joao
No ar musica sertaneja
Mocoilas dancam.
Yone
Sao Paulo-SP
Na cidade grande
Diversao e nostalgia --
Dia de Sao Joao.
Neiva Pavesi
Santos-SP
Entre uma danca e outra,
o auge das festas juninas --
Baile de Sao Joao.
Alberto Murata
Sao Paulo-SP
Abracos,
Edson Kenji Iura
http://www.kakinet.com
mailto:kakinet@...
2004
HAICAIS DA QUINZENA
A fogueira acesa
Pessoas contando historias.
Madrugada vai.
Neila Martelli Toledo
Bandeirantes-PR
No calor do beijo
Sinto o frio do nariz
Da minha netinha.
Mario Isao Otsuka
Sao Paulo-SP
Ao pe da fogueira,
assando batata doce,
velhinha de cocoras.
Alberto Murata
Sao Paulo-SP
Um grande susto:
Com pantufas de monstro
Espantei o frio.
Shiranai Kumo do Brasil
Porto Alegre-RS
Bem agarradinhos
o casal de namorados -
ah... noite tao fria!
Regina Lucia Alonso Peres
Santos-SP
Fogueira noturna -
detras das faiscas que sobem
a moca sorri.
Carlos Martins
Sao Paulo-SP
Amarelo so.
Folhas secas atapetam
O chao do jardim.
Tomoko Kimura Gaudioso
Porto Alegre-RS
Na festa da escola
entre os guris agitados
Fogueira de celofane.
Neiva Pavesi
Santos-SP
Fogueira...
Lembranca longinqua
Criancas gritam alegria
Hissami
Sao Paulo-SP
Vento repentino -
Correm pra dentro de casa
duas folhas secas.
Teruko Oda
Cotia-SP
Festa junina
Bandeirolas no varal
Fogueira no chao
Harumi Ogiwara
Sao Paulo-SP
Brilho de fogueira.
Na escuridao da mata,
Olhos da coruja.
Jose Nagado
Sao Paulo-SP
Soltando rojao
garotos em algazarra
assustam velhinhos.
Yone
Sao Paulo - SP
2002
Querida Nina Rosa,grato pelo toque quanto à brincadeira dos haicaipiras. Tentei mexer um pouco com os coleguinhas, tão envolvidos no tratadismo erudito, esquecidos de nossas tradições. As festas juninas dos meses de junho e julho se prestam com suas fogueiras, quentão, pinhão, etc, a uma gostosa coisa brasileira: brincar. Um Brasil que ainda vive no interior (ao menos no interior de todos nós).
Outro dia, ouvindo a Rádio Guaíba (de Porto Alegre, programa "Flávio Alcaraz
Gomes"), um escritor, que não registrei o nome, contou que certa vez viajando de avião à noite, atravessando o estado do Rio Grande do Sul, ficou maravilhado com a quantidade de fogueiras juninas que iam surgindo na terra, dentro da noite.
Que haicai não daria, esse céu invertido, hein?
Você, uma mineira, penso que tem muito a nos contar dessas belezas culturais
de nosso povo. Ficarei aguardando...
Um beijo em você e um forte abraço nos amigos da haikai-l.
Curitiba, 19-07-2002
cresce a tempestade
na janela do hotel
o clarão do raio.
josé marins
Nas festas juninas
trajes caipiras completos
bigodes posticos.
Olga Amorim
Sao Paulo-SP
Na hora do beijo,
aquela fina garoa
molhou nosso amor.
Rodrigo Oliveira Perez
Brasilia-DF
Bela flor de cha--
Lembra chaleira no fogo,
vovo' e seus casos.
Ceci Pinheiro
Fortaleza-CE
Festa de Sao Pedro.
A moca tira do armario
seu traje caipira.
Antonio Seixas
Mage-RJ
Clima romantico
a garoa nem imagina
o quanta e bem-vinda.
Lucile Tieme Abe
Ribeirao Preto-SP
Copos de quentao
todos a traje caipira
em volta da fogueira.
Yone
Sao Paulo-SP
Musica de graca --
a garoa cai a toa.
Ninguem sai da praca.
Marcelino Lima
Carapicuiba-SP
Aqui um texto para estudo:
Os dez mandamentos do haicai
H. Masuda Goga
FONTE:
Grêmio Haicai Ipê http://www.kakinet.com/caqui/ipe.htm
I - O Haicai é poema conciso, formado de 17 sílabas, ou melhor, sons,
distribuídas em três versos (5-7-5), sem rima nem título e com o
termo-de-estação do ano (kigô).
II - O kigô é a palavra que representa uma das quatro estações, primavera,
verão, outono e inverno; p. ex., IPÊ (flor de primavera), CALOR (fenômeno
ambiental de verão), LIBÉLULA (inseto de outono) e FESTA JUNINA (evento de
inverno).
III - Cada estação do ano tem o próprio caráter, do ponto de vista da
sensibilidade do poeta; p. ex., Primavera (alegria), Verão (vivacidade), Outono
(melancolia) e inverno (tranqüilidade).
IV - O haicai é poema que expressa fielmente a sensibilidade do autor. Por
isso, respeitar a simplicidade;evitar o "enfeite" de "termos poéticos";captar um
instante em seu núcleo de eternidade, ou melhor, um momento de transitoriedade;
evitar o raciocínio.
V - A métrica ideal do haicai é a seguinte:
5 sílabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro; mas não há exigência rigorosa, obedecida a regra de não ultrapassar 17 sílabas ao todo, e também não muito menos que isso. E a contagem das sílabas termina sempre na sílaba tônica da última palavra de cada verso.
VI - O haicai é poemeto popular; por isso usa-se palavras quotidianas e de
fácil compreensão.
distribuídas em três versos (5-7-5), sem rima nem título e com o
termo-de-estação do ano (kigô).
II - O kigô é a palavra que representa uma das quatro estações, primavera,
verão, outono e inverno; p. ex., IPÊ (flor de primavera), CALOR (fenômeno
ambiental de verão), LIBÉLULA (inseto de outono) e FESTA JUNINA (evento de
inverno).
III - Cada estação do ano tem o próprio caráter, do ponto de vista da
sensibilidade do poeta; p. ex., Primavera (alegria), Verão (vivacidade), Outono
(melancolia) e inverno (tranqüilidade).
IV - O haicai é poema que expressa fielmente a sensibilidade do autor. Por
isso, respeitar a simplicidade;evitar o "enfeite" de "termos poéticos";captar um
instante em seu núcleo de eternidade, ou melhor, um momento de transitoriedade;
evitar o raciocínio.
V - A métrica ideal do haicai é a seguinte:
5 sílabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro; mas não há exigência rigorosa, obedecida a regra de não ultrapassar 17 sílabas ao todo, e também não muito menos que isso. E a contagem das sílabas termina sempre na sílaba tônica da última palavra de cada verso.
VI - O haicai é poemeto popular; por isso usa-se palavras quotidianas e de
fácil compreensão.
VII - O dono do haicai é o próprio autor; por isso, deve-se evitar imitação de
qualquer forma, procurando sempre a verdade do espírito haicaísta, que exige
consciência e realidade.
VIII - O haicaísta atento capta a instantaneidade, qual apertar o botão da
câmera.
IX - O haicai é considerado como uma espécie de diálogo entre autor e
apreciador; por isso, não se deve explicar tudo por tudo. A emoção ou a sensação sentida pelo autor deve ser apenas sugerida, a fim de permitir ao leitor o re-acontecer dessa emoção, para que ele possa concluir, à sua maneira, o poema assim apresentado. Em outras palavras, o haicai não deve ser um poema discursivo e acabado.
X - O haicai é um produto de imaginação emanada da sensibilidade do haicaísta;por isso, deve-se evitar expressões de causalidade, sentimentalismo vazio ou pieguice.
2001
O frio esta' forte
Um copo de vinho quente
Passa de mao em mao.
Ivanilda Silva
Uberaba, MG
Na festa junina
Bom vinho quente e quentao
Para aquecer a alma.
Mario Isao Otsuka
Sao Paulo, SP
O vapor no rosto
vinho quente na taca.
O homem sorri.
Tomoko Kimura Gaudioso
Porto Alegre, RS
Timidez quebrada --
rodada de vinho quente
paixao revelada.
Paulo Rodrigues
Sao Vicente, SP
2000
Chita, renda e fita
Mamãe esmera na costura
Roupa de caipira .
Hazel
Toca a sanfona.
Abrem-se e fecham-se flôres
O traje caipira ...
Pèsce
Guardada p'rá sempre
Roupa caipira da noiva
Sonho de menina.
Tânia
Com roupa caipira
Prometo fidelidadeu
Ao noivo banguela.
Teruko
No pátio sombrio
meninos se acotovelam
na nesga de sol .
Yara
Saias coloridas
rodam ao redor da fogueira...
Quem sente frio ?
Eunice
A menina chora
querendo o traje caipira
no colo do pai
Goga
Com a cara emburrada
vai pondo a roupa caipira
--Quero a de noiva !
Mary
De roupa caipira,
menininha da cidade .
Sua primeira festa .
Murata
Comendo big-mac --
Barba de rolha queimada
E traje caipira
Edson
No quintal antigo
o sol fraco da manhã
aquece as crianças
Eunice
Vento frio na praça.
Mendigo reparte migalhas
com as pombas .
Pèsce, 7 pontos, citado por Mestre Goga
Forte vento frio.
Encolhem-se nos beirais
pombas aflitas.
Helena
"as pombas aflitas" estaria mais de acôrdo com o Prof. Franchetti.
Fogos de artifício.
As cores se multiplicam
nos olhos do guri.
Teruko
Frias mãos enrugadas
Tricô jaz ao seu lado
Do Sul, vento frio
Mary
Um clarão no céu
brilha nos olhos do menino.
Fogos de artifício .
Delores
Olhar deslumbrado .
Estrelinhas pipocam
nas mãos da menina.
Pèsce
Encanto e saudade
estalando sob os pés
Biribas no chão ...
Estela
Subindo rojões...
Traçam caminhos de estrêlas
no céu frio de junho.
Fanny Luiza Dupré
Vento gelado --
Sobraram o céu rendilhado
e fatias de sol .
Sérgio Dal Maso
Tardes de junho...
Como era gostoso o cheiro
das bombas no ar...
Yara Shimada
Rojão mais rojão --
Não só da festa junina
mas também do jogo !
Goga Masuda
Céu sem curvatura
Na aridez da noite densa
Estrêla hibernal.
Teruko Oda
É noite de inverno --
Uma estrela e o pirilampo
competem no brilho.
Maria Guilhermina
Festival de inverno
Blocos de asas e azaléias
alternando cores
Maria Guilhermina
Aa luz da fogueira
um velho perde as rugas
ao narrar suas historias .
Roberto Saito
Ao redor da fogueira
os amigos conversam
De onde vem o calor?
Eunice
Noite fria, no arraial
a fogueira colorindo
faces desbotadas .
Sonia Mori
Ao redor do fogo
catadores de papel
preparam a ceia
Handa
Fogueira no campo
todas as mãos esticadas
e enxadas no chão.
Goga
Sob o viaduto
Ao redor da fogueira
Canção sertaneja !
Teruko
Junto à fogueira
Boias frias contam em canto,
os seus desencantos
Hazel
No frio intenso
O agasalho do garoto :
Braços cruzados
Clicie
Lembrança do frio:
a fogueira da familia
debaixo da avenida
Flavio
E estes dois ultimos , que são uma pergunta e uma resposta, apenas :
Noite fria .
Encolhidos nos cantos das ruas
-O que sonham as crianças ?
Ignez
Entre fogos e balões
o guri de bigodes
dorme no colo do pai
Sonia Mori
A lua gelada
Fica ainda mais bonita
Apagando a luz .
Edson Iura
Aa luz da fogueira
um velho perde as rugas
ao narrar suas historias .
Roberto Saito
Se tivesse mais uns 30 ou 40 anos, estaria me identificando plena-
mente com o ancião do magnifico haicai acima .
Ao redor da fogueira
os amigos conversam
De onde vem o calor?
Eunice
Noite fria, no arraial
a fogueira colorindo
faces desbotadas .
Sonia Mori
Chita, renda e fita
Mamãe esmera na costura
Roupa de caipira
Hazel,
2009
Jiddu:
Vou dar uns pitacos, enquanto o pessoal que se dedica a exercitar o kigo
não lhe responde com mais propriedade, pra não deixar a questão
passar em branco.
De que forma é possível identificar um kigo de uma
determinada estação sem confundi-lo com outra?
Imagine um balão no céu. Não sei se lhe acontece o mesmo que a mim:
essa imagem geralmente me traz outras sensações, coisas características das
festas juninas: o céu estrelado e o frio do mês de junho, por exemplo. Chego
até a me lembrar da musiquinha:
O balão vai subindo, vai caindo a garoa
O céu é tão lindo, a noite é tão boa
São João, São João
Acende a fogueira do meu coração
Para quem compartilha desse imaginário, o balão está afetivamente ligado a
uma vivência característica do nosso inverno. Ou, no jargão dos haicaistas,
balão é um kigo de inverno..
O que determina o kigo e suas características, portanto, é a vivência e a
experiência. Quanto mais amplas, quanto mais comuns, quanto mais
"universais" essas experiências, maior a força do kigo.
"Ah!"
Foi tudo o que disse -
Monte Yoshino coberto de flores.
Teishitsu
(Trad. Franchetti e Elza Taeko Doi)
Mas, é claro, pode-se soltar balão até no dia de Finados.
Pestana
Fogos de artifício
brilham no olho do bandido -
bateram a sua carteira!
Nelson
Fontes:
> De: haikai-l@... <haikai-l%40yahoogrupos.com.br>
Grêmio Haicai Ipê http://www.kakinet.com/caqui/ipe.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário