segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MÁRIO SÉRGIO CORTELLA - Qual a postura ideal do professor?





Mário Sergio Cortella - Qual a postura ideal do professor?

Trecho da palestra de Mário Sergio Cortella, na 24º Assembléia Geral FIUC FEI.

Parar jamais, reinventar-se sempre.
Qual a postura ideal do professor em cada universidade nos dias atuais?

Nós
vivemos um mundo hoje em que há uma veloz mudança nos modos de fazer,
pensar, de atuar. Qual o grande risco, o grande perigo?

Mário
Sergio Cortella é filósofo e doutor em Educação pela PUC-SP, é professor
titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da
Pós-Graduação em Educação da PUC-SP, na qual está desde 1977. É membro
do Conselho Técnico Científico Educação Básica da CAPES/MEC. Foi
Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991/1992) e tem
experiência na área de Educação, com ênfase em Currículos Específicos
para Níveis e Tipos de Educação. É autor de diversos livros, entre eles
Nos Labirintos da Moral, com Yves de La Taille (Papirus); Não Nascemos
Prontos!; e Sobre a Esperança: Diálogo, com Frei Betto.

Paulo Freire - Educar para Transformar - (A.H.F) - 29min.

Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo

Paulo Freire. Foto: Mauricio Nahas
Paulo Freire

Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.

Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo

Aprendizado conjunto

Freire criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o auto-aprendizado. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire e está no âmago de seu método de alfabetização, formulado inicialmente para o ensino de adultos. Basicamente, o método propõe a identificação e catalogação das palavras-chave do vocabulário dos alunos - as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerir situações de vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que se atua, como por exemplo "tijolo" para os operários da construção civil.

Diante dos alunos, o professor mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do desdobramento em sílabas das palavras geradoras. O conjunto das palavras geradoras deve conter as diferentes possibilidades silábicas e permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e a escrita. "Isso faz com que a pessoa incorpore as estruturas linguísticas do idioma materno", diz Romão. Embora a técnica de silabação seja hoje vista como ultrapassada, o uso de palavras geradoras continua sendo adotado com sucesso em programas de alfabetização em diversos países do mundo.

 

Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo

Seres inacabados

O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. "Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)", dizia Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de "cultura do silêncio" e transformar a realidade, "como sujeitos da própria história".

No conjunto do pensamento de Paulo Freire encontra-se a idéia de que tudo está em permanente transformação e interação. Por isso, não há futuro a priori, como ele gostava de repetir no fim da vida, como crítica aos intelectuais de esquerda que consideravam a emancipação das classes desfavorecidas como uma inevitabilidade histórica. Esse ponto de vista implica a concepção do ser humano como "histórico e inacabado" e conseqüentemente sempre pronto a aprender. No caso particular dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. Freire dizia, numa frase famosa, que "o mundo não é, o mundo está sendo".

Três etapas rumo à conscientização

Embora o trabalho de alfabetização de adultos desenvolvido por Paulo Freire tenha passado para a história como um "método", a palavra não é a mais adequada para definir o trabalho do educador, cuja obra se caracteriza mais por uma reflexão sobre o significado da educação. "Toda a obra de Paulo Freire é uma concepção de educação embutida numa concepção de mundo", diz José Eustáquio Romão. Mesmo assim, distinguem-se na teoria do educador pernambucano três momentos claros de aprendizagem. O primeiro é aquele em que o educador se inteira daquilo que o aluno conhece, não apenas para poder avançar no ensino de conteúdos mas principalmente para trazer a cultura do educando para dentro da sala de aula. O segundo momento é o de exploração das questões relativas aos temas em discussão - o que permite que o aluno construa o caminho do senso comum para uma visão crítica da realidade. Finalmente, volta-se do abstrato para o concreto, na chamada etapa de problematização: o conteúdo em questão apresenta-se "dissecado", o que deve sugerir ações para superar impasses. Para Paulo Freire, esse procedimento serve ao objetivo final do ensino, que é a conscientização do aluno.

 

Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo

Biografia

Paulo Freire nasceu em 1921 em Recife, numa família de classe média. Com o agravamento da crise econômica mundial iniciada em 1929 e a morte de seu pai, quando tinha 13 anos, Freire passou a enfrentar dificuldades econômicas. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Suas ideias pedagógicas se formaram da observação da cultura dos alunos - em particular o uso da linguagem - e do papel elitista da escola. Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas em um mês.

No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido.

 Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação de São Paulo.

Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos.
Foi nomeado doutor honoris causa de 28 universidades em vários países
e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997, de enfarte.


Tempos de mobilização e conflito
Foto: acervo fotográfico dos arquivos Paulo Freire do Instituto Paulo Freire
 
Aula em Angicos, em 1963: 300 pessoas  alfabetizadas pelo método Paulo Freire em  um mês. Foto: acervo fotográfico dos arquivos  Paulo Freire do Instituto Paulo Freire
 
O ambiente político-cultural em que Paulo Freire elaborou suas idéias e começou a experimentá-las na prática foi o mesmo que formou outros intelectuais de primeira linha, como o economista Celso Furtado e o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997). Todos eles despertaram intelectualmente para o Brasil no período iniciado pela revolução de 1930 e terminado com o golpe militar de 1964. 

A primeira data marca a retirada de cena da oligarquia cafeeira e a segunda, uma reação de força às contradições criadas por conflitos de interesses entre grandes grupos da sociedade. Durante esse intervalo de três décadas ocorreu uma mobilização inédita dos chamados setores populares, com o apoio engajado da maior parte da intelectualidade brasileira. Especialmente importante nesse processo foi a ação de grupos da Igreja Católica, uma inspiração que já marcara Freire desde casa (por influência da mãe).

 O Plano Nacional de Alfabetização do governo João Goulart, assumido pelo educador, se inseria no projeto populista do presidente e encontrava no Nordeste - onde metade da população de 30 milhões era analfabeta - um cenário de organização social crescente, exemplificado pela atuação das Ligas Camponesas em favor da reforma agrária. No exílio e, depois, de volta ao Brasil, Freire faria uma reflexão crítica sobre o período, tentando incorporá-la a sua teoria pedagógica.
Para pensar

Um conceito a que Paulo Freire deu a máxima importância, e que nem sempre é abordado pelos teóricos, é o de coerência. Para ele, não é possível adotar diretrizes pedagógicas de modo consequente sem que elas orientem a prática, até em seus aspectos mais corriqueiros.

"As qualidades e virtudes são construídas por nós
no esforço que nos impomos para diminuir a distância
entre o que dizemos e fazemos", escreveu o educador.

"Como, na verdade, posso eu continuar falando
no respeito à dignidade do educando se o ironizo,
se o discrimino, se o inibo com minha arrogância? "

Você, professor, tem a preocupação de agir na escola de acordo com os princípios em que acredita? E costuma analisar as próprias atitudes sob esse ponto de vista?




Julian Acosta
318.918  visualizações
Publicado em 08/03/2013-Licença padrão do YouTube
http://www.facebook.com/horizonteampl...
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=3

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Carl Sagan - Hipátia e o fim de Alexandria (Dublado)



Carl Sagan - Hipátia e o fim de Alexandria (Dublad


Hipátia (ou Hipácia; em grego:
Υπατία, transl. Ypatía) de Alexandria foi uma matemática e filósofa
neoplatônica, nascida aproximadamente em 355 e assassinada em 415. O
fato de Hipátia ser uma filósofa pagã (num meio predominantemente
cristão) é tido como um dos fatores que contribuíram para o seu
assassinato. Porém, estudos mais recentes, como o da historiadora Maria
Dzielska, salientam que Hipátia foi assassinada por razões políticas, no
contexto da luta pelo poder em Alexandria.

If you guys approve please like, share and subscribe!
Visit: Blue Dot community Free Thinkers http://www.facebook.com/Ateu.pt



Hipácia de Alexandria e São Cirilo

   Hipácia (Alexandria, 355 ou 370 (?) – 415) Matemática e filósofa
de cultura grega, filha de Téon, um importante homem de ciências que era também
diretor da histórica Biblioteca de Alexandria, foi a única mulher erudita da
Antiguidade. Influenciada pelo pai, seguiu a carreira acadêmica, tornando-se
professora de Filosofia e Astronomia. Como revelam seus contemporâneos, ela
ensinava sem distinção a cidadãos de Alexandria e a estrangeiros, muitas vezes
expondo seus conhecimentos em público, em atenção às pessoas que a abordavam
pelas ruas. Hipácia era admirada por sua inteligência e por sua atuação em
diversas áreas, desde a Álgebra até a Oratória, e alguns dos renomados
estudiosos da região chegavam a lhe pedir conselhos. Tinha fama de solucionar
intrincados problemas matemáticos que haviam desafiado e vencido outros
pensadores de seu tempo. As descrições de sua beleza física somam-se às suas
principais qualidades como estudiosa e motivaram diversas propostas de casamento,
que ela recusou em nome de sua carreira, à qual se dedicava com prioridade.
(Sabendo-se que Hipácia, desde menina, seguia a rigorosa disciplina, ensinada
por seu pai, de conservar a mente sã num corpo são, é bem possível que tenha
sido fisicamente bela). Mas todo o potencial dessa mulher especialmente
brilhante, que primava pela razão e por um incansável interesse no
conhecimento, seria em breve aniquilado.



   O bispo católico Cirilo, então nomeado Patriarca de Alexandria,
era um forte defensor da doutrina cristã, atuando na erradicação e na
condenação das heresias, enquanto Hipácia, possuidora de notável inteligência e
orientada por uma sólida formação científica, não compartilhava de suas
crenças. Cirilo incitava a população a perseguir os pagãos (o que era muito
comum nos primeiros séculos do cristianismo), e assim, num desses episódios de
hostilidade e violência que pontuam a história humana, um grupo de cristãos
indignados acercou-se de Hipácia, retirou-a de sua charrete, arrastou-a pelas
ruas até uma igreja, rasgou suas vestes e, utilizando-se de cacos de cerâmica e
conchas afiadas, arrancou sua pele, procedendo a um brutal linchamento que a
levou à morte. Os membros de Hipácia foram arrancados, e o que restou de seu
corpo, lançado às chamas. Ela foi a última representante do esplendor cultural
da Antiguidade e a última pessoa a trabalhar na Biblioteca de Alexandria antes
de sua destruição e antes que o mundo ocidental sucumbisse, por mil anos, à
chamada Idade das Trevas.

– O mitologista Joseph Campbell lembra que “no tempo de Teodósio, no quarto
século, a única religião permitida era aquela do trono bizantino [o
cristianismo]. O vandalismo envolvido na destruição dos templos pagãos da
Antiguidade poucas vezes foi igualado, na história mundial.”– O dia de São
Cirilo, bispo e doutor da Igreja, é comemorado todo 27 de junho.

    http://www.percepolegatto.com.br/2012/01/14/hipacia/


Sandro Cardinali
Publicado em 01/04/2013- Licença padrão do YouTube
http://youtu.be/cw4rlWIuewk - este vídeo

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

AGNUS DEI - Sacred Choral Music - The Choir of New College, Oxford. E.HI...





AGNUS DEI - Sacred Choral Music - The Choir of New College, 

Oxford. E.HIGGINBOTTOM [Full Album]

 

A gorgeous anthology of famous
Sacred Masterpieces performed by the Choir of New College of Oxford,
conducted by Edward HIGGINBOTTOM.
Recorded in New College Chapel-Oxford-England, january/april 1996. [DDD /HD]

TRACKS LIST / TIMING : total time : 72,36mn.
00:00 1 BARBER : Agnus Dei
08:00 2 FAURE : Cantique de Jean Racine
13:25 3 PALESTRINA : Kyrie (Missa Papae Marcelli
17:42 4 MOZART : Ave Verum Corpus
20:50 5 BACH : Jesus joy of man's derising -Jesus bleibet meine Freude
23:49 6 RACHMANINOV : Ave Maria
27:18 7 ELGAR : Lux Aeterna
31:50 8 GORECKI : Totus Tuus
40:14 9 MENDELSSOHN : Hear my Prayer
51:15 10 TAVENER : The Lamb
54:32 11 FAURE : In Paradisum (Requiem)
57:43 12 ALLEGRI : Miserere mei, Deus

[ DISCLAIMER : Music & Pictures belong to their respective owners and are not owned by LAMIRAL45 ]

  • Comprar

    • Lux aeterna (Choral Version of "Nimrod" from Enigma Variations, Op. 36) (iTuneseMusic)

     
    LAMIRAL45

    Publicado em 31/12/2012-Licença ´padrão do YouTube