segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

OS MECENAS DO BRASIL




D. Adelaide de Sousa Pereira Cordeiro de Araújo Sequeira
primeira e única baronesa de Paulo Cordeiro 
 (24 de Janeiro de 1853 - 1919). É muito conhecida 
como uma das pessoas que mais incentivou 

Biografia

Filha do tenente-coronel da artilharia José António Pereira de Araújo e Sequeira, que por sua vez era filho do major Francisco António Ramiro de Sequeira, governador de Vila Nova de Portimão, e de Maria José Travassos de Melo Cordeiro, filha de Maria José de Travassos de Melo e de João António Paulo Cordeiro, Fidalgo tido este como um milionário capitalista. D. Adelaide herdou do avô materno sua fortuna e o brasão que este ostentava nas portas da sua casa.

Casou pela primeira vez a 24 de Fevereiro de 1881, em Mértola, com um médico-cirurgião seu primo, Dr. Olímpio Pessoa. Não teve filhos deste matrimónio pomposamente celebrado e foi após a morte de Olímpio que, por decreto de 2 de Junho de 1887 do rei D. Luís I de Portugal, lhe foi concedido o título de baronesa. Após receber o título, D. Adelaide de Sousa gozou ainda mais de uma grande influência na Corte, e o seu dinheiro e posição social fizeram com que fosse procurada por vários pretendentes que a si desejavam tornar esposa.

Sendo agora baronesa, manteve o apelido da sua mãe, Travassos de Melo, para ostentar a sua riqueza na Corte. Mas não queria fazê-lo sozinha, e, assim contraiu matrimónio com outro primo, ainda que afastado: D. Salvador de Almeida Correia de Sá. D. Salvador era o terceiro conde do Lavradio.
A família Sá Correia Portugal, dos senhores do Lavradio, já era considerada uma família tradicional no seio da Corte portuguesa e muitos membros da família ainda hoje ocupam um lugar na História de Portugal

Especula-se que esta família ainda reservasse sangue de bragantino, por conta do que a baronesa passou a ter o direito de utilizar o título de tratamento Dona.
Foi, mais que tudo, um casamento por interesses gerido. Contudo, também desta vez a baronesa não obteve descendência. Especula-se, assim, que a rica baronesa fosse infértil.

Dedicou-se então ao mecenato cultural, acção pela qual hoje é ainda relembrada. Com os extremos incentivos a novos artistas, desde poetas e pintores, escultores a bailarinos, a sua influência nas artes foi notória e aclamada, sendo conhecida como uma das maiores incentivadoras da arte portuguesa do século XIX.
 
Nome completo Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo
Nascimento 4 de outubro de 1892
Umbuzeiro, Paraíba
Morte 4 de abril de 1968 (75 anos)
São Paulo
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Empresário, jornalista, mecenas e político



Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo,
 mais conhecido como  
Assis Chateaubriand ou Chatô,

 (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892São Paulo, 4 de abril de 1968) foi um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960, destacando-se como jornalista, empresário, mecenas e político.[1][2] Foi também advogado, professor de direito,[3] escritor[4] e membro da Academia Brasileira de Letras.[5]


Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados, que foi o maior conglomerado de midia da America Latina, que em seu auge contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica.  

Também é conhecido como o co-criador e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi.[6] 

Foi Senador da República entre 1952 e 1957. [7]

Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro,[8][9] e acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas[10] que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco Matarazzo Jr.[11][12] 

Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos,[13] incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com o Presidente Getúlio Vargas.[14]
 

Ema Gordon Klabin

Ema Gordon Klabin (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1907São Paulo, 27 de janeiro de 1994) foi uma empresária, mecenas e colecionadora brasileira.
Nascida no Rio de Janeiro em 1907, Ema Gordon era a segunda filha dos imigrantes lituanos Fanny e Hessel Klabin. Seu pai foi um dos fundadores das indústrias de papel e celulose Klabin – a maior produtora e exportadora de papéis do Brasil.

 Biografia

Na infância, residiu com a família em São Paulo, no bairro de Santa Cecília. Durante a juventude, Ema foi educada na Europa, visitando freqüentemente o Brasil. Sob tutela de professores particulares, tornou-se admiradora de artes plásticas, ópera e música.

 Demonstra desde cedo apreço pelo colecionismo, adquirindo serviços de porcelana e prataria, tapetes e objetos de arte oriental.
Em 1946, Hessel Klabin falece, legando às filhas Ema e Eva Klabin todos os seus bens e nomeando Ema como sua sucessora no conselho da empresa. Sem planos de constituir uma família, Ema passou a se dedicar à atividade empresarial e às atividades filantrópicas e culturais de São Paulo.

 De forma semelhante ao que fazia sua irmã Eva, radicada no Rio de Janeiro desde 1933, dedicou-se também a ampliar sua coleção de arte, principalmente com aquisições feitas em suas freqüentes viagens à Europa e aos Estados Unidos.
Em 1948, Ema encomendou estudos arquitetônicos para a construção de uma nova residência no terreno que herdara do pai no Jardim Europa, com o objetivo de albergar sua crescente coleção.

 Dentre os vários estudos apresentados, escolheu o projeto de estilo eclético do engenheiro-arquiteto Alfredo Ernesto Becker, autor de diversas residências no mesmo bairro. Anos mais tarde, construiria ainda uma residência de veraneio em Campos do Jordão, quando não havia mais espaço em sua casa para abrigar as novas peças.

Ema teve uma ativa participação na vida cultural da cidade. Foi membro dos conselhos da Fundação Bienal de São Paulo, do MASP, do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Colaborou na criação do Museu Lasar Segall e da Fundação Magda Tagliaferro, foi sócia da Sociedade Cultura Artística e da Orquestra Filarmônica de São Paulo, entre outros. 

Sua casa converteu-se
 em um ativo ponto de encontro 
de importantes personalidades do mundo da política, 
dos negócios e das artes.

Na década de 70, sem ter herdeiros diretos e preocupada com o destino de sua coleção, Ema passou a consultar especialistas para auxiliá-la na escolha das instituições aptas a receber coleção. O trágico incêndio do MAM carioca em 1978, no entanto, fez com que optasse por criar uma instituição destinada a preservar o acervo reunido e tornar sua casa um museu aberto à visitação pública, como sua irmã Eva faria mais tarde, no Rio de Janeiro.

Bastante abatida após a morte de sua irmã, em 1991, Ema faleceu em sua casa em 27 de janeiro de 1994, aos 87 anos de idade.

 

Eva Klabin


Eva Klabin em 1929.
Eva Klabin Rapaport (São Paulo, 8 de fevereiro de 1903 - Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1991) foi uma colecionadora e mecenas brasileira, primeira filha do casal de casal de imigrantes lituanos Fanny e Hessel Klabin. Em São Paulo, seu pai foi um dos fundadores da Klabin S.A., em 1899. Foi irmã de Ema Gordon Klabin, também destacada colecionadora e agitadora cultural.

Casada com o jornalista Paulo Rapaport desde 1933, muda-se para o Rio de Janeiro após a morte do pai, adquirindo uma residência na avenida Epitácio Pessoa, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. Amealhou um valioso patrimônio artístico ao longo de seus 88 anos. Na maturidade, a exemplo do que sua irmã Ema Gordon faria em São Paulo, criou no Rio de Janeiro uma fundação para conservar, pesquisar e expor ao público sua coleção. A Fundação Eva Klabin foi oficialmente inaugurada em 1995, na antiga casa da colecionadora.

Biografia

Eva Klabin passa os primeiros anos de sua vida entre o Brasil e a Europa. Por ocasião da Primeira Guerra Mundial, refugia-se com a família na Suíça em 1914, retornando ao Brasil somente em 1919. Na década de 1930, reside nos Estados Unidos, onde cursa a New York School of Secretaries e faz dublagem em filme da Paramount, intitulado Anybody's Woman. Na mesma década casa-se com o advogado e jornalista Paulo Rapaport, também de origem judaica, mas continua a residir na casa da família, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo. Como sua irmã Ema, começa já a se interessar pelo colecionismo, demonstrando interesse especial pela arte européia.

Suas primeiras aquisições ocorrem em 1947, no mesmo contexto cultural e econômico do segundo pós-guerra que permitiu a formação do acervo do MASP. Pietro Maria Bardi, além de diretor e responsável por formar a coleção do referido museu, exercia também a função de galerista, tendo sido responsável por revender a colecionadores brasileiros uma grande quantia de obras trazidas da Europa. Foi de Bardi que Eva comprou suas primeiras obras: duas pinturas de Bernardo Strozzi e outra de Guercino.

 Em 1949, após o falecimento de sua irmã caçula, Mina, e de seu pai, muda-se com o marido para o Rio de Janeiro, passando a residir na residência da avenida Epitácio Pessoa, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Em 1957, Paulo Rapaport falece em viagem à Alemanha. Eva não teve filhos e não se casaria novamente. Passa a dedicar-se quase que exclusivamente à sua coleção, fazendo freqüentes viagens à Europa para adquirir novas peças.

Entre 1961 e 1967, amplia sua residência na lagoa, com o objetivo de acomodar o crescente acervo. Passa também a integrar-se à vida cultural e política do Rio de Janeiro, recepcionando artistas, empresários, colecionadores e políticos em sua residência. Ofereceu jantares de gala a convidados como Harry Oppenheimer, Juscelino e Sarah Kubitschek, David Rockefeller, Elie Wiesel, Henry Kissinger e Shimon Peres.

Em 1972, junto com a irmã Ema Gordon, convida o então curador do Metropolitan Museum de Nova York, Karl Katz, para uma traçar um projeto de pesquisa de proveniência das duas coleções. Em 1977, embarca na viagem de volta ao mundo feita pelo Queen Elizabeth II.

 No ano seguinte, o trágico incêndio ocorrido no MAM carioca a incentivou, bem como a sua irmã, a constituir uma fundação para preservar o seu acervo após sua morte, criada neste mesmo ano.

 Em 1979, inicia os trabalhos de catalogação de seu acervo de antigüidades egípcias e, no ano seguinte, submete sua coleção à avaliação de representantes da Christie's e da Sotheby's.
Falece em 1991, legando todos os seus bens à fundação responsável pela conservação do acervo. A Fundação Eva Klabin foi aberta ao público em 1995, sob a curadoria de Paulo Herkenhoff, e mantém uma das mais importantes coleções de arte européia existentes no Brasil.
 

 Ver também

 

Francisco Matarazzo Sobrinho


Francisco Antônio Paulo Matarazzo Sobrinho
mais conhecido como Ciccillo Matarazzo
filho de Andrea Matarazzo um dos irmãos

Carlos Guinle

Terceiro filho de Eduardo Pallasim Guinle, Carlos Guinle casou-se com Gilda Rocha, com quem teve dois filhos, Jorge Guinle e Carlos Filho.

Um dos herdeiros do ramo central da tradicional e abastada família carioca Guinle, fundadora do Copacabana Palace, do Parque Guinle, do Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro e da Ilha de Brocoió na Baía de Guanabara, além do Fluminense Futebol Clube. Em 1968, foi um dos criadores da Granja Comary, de Teresópolis, belo sítio serrano onde até hoje se concentra a seleção brasileira de futebol.

Era irmão do crítico de jazz Jorge Guinle, sempre participou, desde o começo dos anos 1950, das jamsessions cariocas tendo sido amigo de muitos compositores e intelectuais brasileiros

Dedicando-se aos negócios de sua família e sempre se considerando um compositor amador, nunca deixou, contudo, de comparecer aos shows musicais mantidos, especialmente, no Hotel Copacabana Palace, a partir das duas boates do famoso hotel, o Golden Room e o Midnight.

 Destacou-se 
por ser mecenas de Villa-Lobos 
 em sua viagem a França.
Teve sua primeira composição lançada em 1950, o samba-canção "Você não sabe amar", em parceria com Dorival Caymmi e Hugo Lima, gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. Em 1953, o samba-canção "Tão só", em parceria com Dorival Caymmi, foi gravado por Dorival Caymmi na Odeon.[1]



Referências

Isai Leirner

Retrato de Isai, Felícia Leirner, Óleo s/tela, 40x60cm, 1950. Coleção da família. Direitos de reprodução cedidos à Wikipédia
Isai Leirner (Varsóvia, 1903São Paulo, 1962) foi um industrial, mecenas e colecionador de arte, nascido na Polônia. Em 1926, veio para o Brasil, país que adotou como pátria, até a sua morte.

Marido da escultora Felícia e pai de Giselda, Nelson e Adolfo, avô de Sheila, Isai foi uma influente figura na cena cultural brasileira. Tendo construído uma importante industria têxtil, passou a dedicar-se ao mecenato e à aquisição de obras de arte, compondo uma das mais notáveis coleções particulares no país, junto a de Cicillo Matarazzo de quem foi amigo e companheiro de lutas e trabalho.

Foi igualmente um dos diretores do Museu de Arte Moderna de São Paulo e, com a criação da Bienal Internacional de São Paulo, aceitou o convite de seu fundador, Cicillo Matarazzo, para ser patrono, organizador e um dos diretores da instituição.

No dia 19 de setembro de 1957, a inauguração da mostra intitulada Doze artistas de São Paulo deu origem à futura Galeria das Folhas, localizada na sede do jornal Folha da Manhã. A mostra reuniu trabalhos de Flávio de Carvalho, Jacques Douchez, Ítalo Cencini, Fracaroli, Samson Flexor, Moussia Pinto Alves, Darcy Penteado, Felícia Leirner, Aldo Bonadei, Odetto Guersoni, e outros, e deu inicio à instituição do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea

Este prêmio de aquisição permitia que as obras agraciadas fossem, em seguida, doadas aos museus de arte do Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.

Com o crítico José Geraldo Vieira como assistente artístico e Isai Leirner como diretor, a Galeria das Folhas foi oficialmente inaugurada no dia 12 de março de 1958, com uma exposição de Lasar Segall. Entre os premiados da galeria constam alguns nomes como: Manabu Mabe, Sheila Branningan, Abelardo Zaluar, Tomie Ohtake, Yolanda Mohalyi, Alberto Teixeira, Thomas e Arcângelo Ianelli.

Sobre Isai Leirner, escreveu o crítico Frederico Morais: "Colecionador criterioso, mecenas admirado, apaixonado pela arte, Isai Leirner foi um dos diretores mais operosos do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tendo instituido ali os prêmios de arte contemporânea para os expositores, e que depois transferiu para a Galeria das Folhas. Ainda no MAM paulista, ele teve papel importante na realização da Bienal de São Paulo......"
Isai Leirner faleceu no dia 13 de novembro de 1962, aos 59 anos de idade.
 

José de Freitas Valle


José de Freitas Valle 
mais conhecido como Senador Freitas Valle 

Biografia

Era filho de Manuel de Freitas Valle, natural de Ilha Bela, São Paulo, que migrou para os pampas em 1838, fixando-se em Alegrete, Rio Grande do Sul, onde fez fortuna, e de Luísa Firmino Jacques.

No início do ano de 1886 mudou-se para São Paulo e, já em 7 de abril daquele ano teve sua matrícula deferida, ingressando na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde fincou suas raízes pelo resto de sua vida.

Antes de terminar o curso, com 18 anos, casou-se com Antonieta Egídio de Souza Aranha, neta de Maria Luzia de Souza Aranha, viscondessa de Campinas, sendo filha de Martim Egydio de Souza Aranha e Talvina do Amaral Nogueira e irmã de Euclides de Souza Aranha, que veio a ser pai do chanceler Oswaldo Aranha, portanto, herdeira dos maiores produtores de café na região de Campinas. Foi seu filho o embaixador Ciro de Freitas Vale.

Política e Mecenato

Em 1895 foi nomeado subprocurador do Estado de São Paulo, exercendo o cargo até se aposentar como subprocurador-geral no ano de 1937; no mesmo ano de 1895 prestou concurso para a cadeira de Francês e Literatura Francesa no Ginásio do Estado lecionando até 1936, quando se aposentou como docente.

Em 1903 iniciou-se na política paulista sendo eleito deputado pelo Partido Republicano Paulista, para a Câmara Estadual de São Paulo na 6ª Legislatura (1904-1906) sendo sucessivamente reeleito até a 12ª Legislatura, quando, em 1922, se candidatou e foi eleito para o preenchimento de vaga aberta no Senado Estadual. Em 1925 foi reeleito para o Senado exercendo o cargo de senador até a extinção deste pelos revolucionários de 1930.

Fiel ao Partido Republicano Paulista – PRP e, muito especialmente, a seus amigos e correligionários, Washington Luís Pereira de Sousa e Júlio Prestes, alijados do poder, desinteressou-se da política, muito embora tenha sido convidado pelo sobrinho Oswaldo Aranha, Ministro da Fazenda e da Justiça do governo Getulio Vargas, a intermediar negociações partidárias respondia “Meu coração é perepista e eu vou morrer PRP”.

Villa Kyrial

Em 1904, o Senador Freitas Valle adquiriu de Ernesto Zschöckel, para sua residencia, uma chácara com sete mil metros quadrados, localizada na rua Domingos de Morais n° 10, próxima da avenida Paulista, na Vila Mariana, bairro da cidade de São Paulo, que denominou Villa Kyrial, já com o propósito de torná-la um reduto cultural, inspirado na moda dos “salões europeus”, como os de Gertrud Stein ou de Natalie Clifford Barney.

Em termos paulistanos, a Villa Kyrial, de certa maneira, sucedeu o “salão social” da residência de Dona Veridiana da Silva Prado, filha de Antônio da Silva Prado, barão de Iguape, localizada onde, mais tarde, se instalaria o São Paulo Clube que, em 2008, foi incorporado pelo Iate Clube de Santos para instalação da sua séde paulistana.

Durante as primeiras décadas do século XX, a Villa Kyrial, passou a ser ponto paulistano para o encontro de boêmios, artistas, poetas - com ou sem recursos – como também, de políticos - com ou em busca de cargos – que se reuniam em magníficos saráus com aromas e sabores da “Belle Époque” parisiense, organizados e patrocinados pelo mecenas, José de Freitas Valle.

Cronologia

  • 1914 promoveu o primeiro dos cinco ciclos de conferências de Villa Kyrial (realizados em 1914, 1921, 1922, 1923 e 1924).
  • 1919, juntamente com Paulo Prado e o consulado da França, promoveu exposição de pinturas impressionistas e esculturas de Boudelle, Rodin e Laurens no “hall” do Teatro Municipal de São Paulo.
  • 1960 a Villa Kyrial, foi vendida à Joelma S.A. Importadora Comercial e Construtora. No ano seguinte a mansão foi demolida, sendo construído no lugar um edifício de apartamentos, no trecho da avenida Domingos de Morais que faz esquina com a pequena e sinuosa rua Dr. Eduardo Martinelli.

Ligações externas

 

Maria Luísa Americano


Maria Luísa Ferraz Americano de Caldas 
foi uma mecenas brasileira das artes.

Casou-se em 1937 com Oscar Americano de Caldas Filho, com quem morou numa chácara no então distante bairro do Morumbi.

Dedicou sua vida a comprar obras de arte, móveis e objetos brasileiros de valor histórico. Após seu falecimento, seu marido resolveu fundar na casa onde viveram a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

Dona Maria Luísa também fez
 importantes trabalhos filantrópicos 
na zona leste da capital paulista.
 

Olívia Guedes Penteado

Olívia Guedes Penteado (Campinas, 12 de março de 1872São Paulo, 9 de junho de 1934) foi uma grande incentivadora do modernismo no Brasil e amiga de artistas-chave do movimento, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Heitor Villa-Lobos. Era tia da mecenas Yolanda Penteado.

Olívia conheceu os amigos modernistas em Paris, onde morava, e trouxe para o Brasil pela primeira vez exemplares da obra de Pablo Picasso e Marie Laurencin, entre outros. Olívia Penteado criou o Salão de Arte Moderna, a partir de 1923, quando voltou a morar no país.

Casou-se com Inácio Leite Penteado - (descendente, por seu pai, de João Correa Penteado e Izabel Paes de Barros), que foi tio de Yolanda Penteado - com quem teve duas filhas: Maria e Carolina, esta casada com Gofredo Teixeira da Silva Teles.


Brasão dos Paes de Barros Penteados
Lutou tenazmente pelo voto feminino,
 conseguindo eleger a primeira mulher
 para uma constituinte.

Participou ativamente da revolução de 1932.

 exibida em 2004 pela Rede Globo,
 Olívia Penteado foi interpretada pela atriz Selma Egrei.

Morreu de apendicite,
 e foi sepultada no Cemitério da Consolação,
 sendo seu túmulo ornamentado com a escultura 
intitulada O Sepultamento, feita por Victor Brecheret.

Fontes:Leme, Silva - Genealogia Pulistana, livro 3, Penteados, pag. 430, item 4.6

 

O Oscar Americano


Nome completo Oscar Americano de Caldas Filho
Nascimento 27 de março de 1908
São Paulo, SP
Brasil
Morte 15 de junho de 1974 (66 anos)
São Paulo, SP
Brasil
Cônjuge Maria Luísa Americano
Ocupação engenheiro civil, mecenas e empresário

Oscar Americano de Caldas Filho (São Paulo, 27 de março de 1908São Paulo, 15 de junho de 1974) foi um engenheiro e empresário brasileiro, ex-aluno da Faculdade de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Trineto do Tte. Cel. Antônio Joaquim Pereira de Magalhães e sobrinho do cientista Dr. Vital Brazil, pelo ramo de sua bisavó materna, Francisca do Carmo Xavier de Araujo, tinha consanguinidade com o protomártir da Independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes.

Foi um engenheiro , mecenas e grande empresário brasileiro dono da empresa CBPO. Em 1974, dois anos após a morte de sua esposa, Dona Maria Luísa Americano, criou a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano onde reuniu importante acervo de obras de arte, móveis e objetos brasileiros de valor histórico, especialmente do periodo Imperial
 

Paulo Prado

Paulo da Silva Prado (São Paulo, 20 de maio de 1869 - Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1943) descendente de uma das mais influentes famílias paulistas, filho primogênito do conselheiro Antônio Prado, foi como seus antepassados e parentes, cafeicultor, investidor em negócios (bancos, industrias, imobiliárias) e também mecenas e escritor.

Formado em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, graduou-se em 1899.

O modernismo brasileiro muito deve à atuação francamente anticonformista de Paulo Prado. Foi um importante mecenas na história do Brasil, grande incentivador da cultura, e também poeta. Teve participação fundamental junto com sua esposa, madame Marinette Prado na Semana de Arte Moderna de 1922, um importante acontecimento envolvendo a história cultural e o movimento modernista no país. 

Também a ele, embora acompanhado de um grupo grande de adeptos da inovação, se deve a fundação de Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM, ocorrida em 1932 mal terminado o Movimento Constitucionalista.

Escreveu Retrato do Brasil - Ensaio sobre a tristeza brasileira, livro que causou grande polêmica entre os intelectuais e que, constituindo uma das obras básicas sobre a cultura do país, ainda hoje é muito lido e comentado entre sociólogos, antropólogos, professores e estudantes universitários.
Na minissérie Um só coração, exibida em 2004 pela Rede Globo, Paulo Prado foi interpretado pelo ator Tato Gabus Mendes.

Retrato do Brasil - Ensaio sobre a tristeza brasileira

Retrato do Brasil: Ensaio sobre a Tristeza Brasileira é uma das obras mais conhecidas de Paulo Prado. Escrito entre os anos de 1926 e 1928, o livro levantava questões a cerca da formação da nacionalidade brasileira e fomentou diversas discussões recorrentes até os dias atuais. A obra deve ser entendida à luz do horizonte de idéias que os intelectuais brasileiros comungavam naquele período.

 Paulo Prado era um modernista e,
 além de contemporâneo dos movimentos de vanguarda,
 estava diretamente ligado à produção intelectual 
e artística da época.

O livro é dividido em quatro capítulos e um post-scriptum. São eles: I – A Luxúria, II – A Cobiça, III – A Tristeza e IV – O Romantismo. Nos dois primeiros capítulos, o autor descreve as características do povoamento e da exploração no Brasil. No terceiro capítulo, Paulo Prado identifica o surgimento de um mal-estar no povo brasileiro, como conseqüência dos fatos relatados nos dois primeiros capítulos.

A tristeza que se formou 
no período colonial se intensifica com o Romantismo, 
trabalhado por ele no quarto capítulo.

 
No post-scriptum o autor sintetiza algumas das idéias presentes no livro investindo um pouco mais na questão dos negros e da escravidão. É nessa parte também que o autor deixa explícito a sua metodologia “impressionista” e a relação com outros intelectuais. Além disso, Paulo Prado recomenda e prevê como solução dos problemas, uma revolução. Tal forma de projeção era comum entre os historiadores da época que compartilhavam de uma visão linear da história.

 Para ele, 

a revolução“será a afirmação inexorável 
de que quando tudo está errado, 
o melhor corretivo é o apagamento de tudo 
que foi mal feito.”[1] 

 
 A seguir estão algumas das questões levantadas durante a obra:

Povoamento e Exploração do Brasil

O processo de povoação do Brasil, para Prado, se caracterizou pela relação de diversos fatores, entre eles a ausência de regras morais, em uma civilização considerada selvagem, e de leis ainda não estabelecidas pela metrópole. Essa conjuntura foi terreno fértil para posturas européias extremamente individualistas marcadas pelo sensualismo exacerbado.

 A presença dos índios somada à natureza nunca vista até então pelo europeu alimentou a fantasia de um paraíso na terra que corroborou para posturas libertinas e uma concepção de que aqui tudo se podia.

Tais comportamentos foram aliados e incentivados com os costumes indígenas, que segundo o autor, viviam entregues aos desejos carnais onde não existia nenhum tipo de pudor. Essa devassidão, trazida pela metrópole já em decadência, caracterizou em grande medida o surgimento do povo brasileiro.
Outra característica do explorador europeu era a cobiça e a ganância. Prado escreve que imanados do espírito aventureiro, os mais inglórios dos exploradores buscavam aqui formas de enriquecimento rápido.

 O descobrimento do ouro foi, 
dessa forma, enriquecimento dos mesquinhos e,
 concomitantemente, martírio do Brasil.
 

A Formação do povo brasileiro

O excesso da vida sensual e da ganância pelo ouro deixou traços permanentes no caráter brasileiro. São cicatrizes profundas que Paulo Prado caracteriza como perturbações psicológicas e patológicas. A exploração gananciosa deixou o povo brasileiro sem energias físicas o que o levou a desenvolver o sentimento de melancolia.

O Brasil se caracterizava, portanto, por uma massa amorfa e sem ânimo agravada pelo sentimento de melancolia. Esse era um ambiente perfeito para desenvolver, de acordo com ele, um mal degenerativo: o Romantismo. Foi nesse contexto que o autor identificou o surgimento de uma consciência geográfica do Brasil e também de pertencimento a uma mãe-pátria.

 O país nascia sob a invocação de belas palavras apaixonadas e irracionais. Segundo o autor, durante o romantismo no Brasil “tudo avassalou: política, literatura, artes, viver quotidiano, modos de sentir, afeições.”[2]

A questão racial e de miscigenação

Partilhando de concepções racialistas, Paulo Prado não desloca o problema brasileiro para o negro ou para índio, a maior preocupação do autor é com a mestiçagem. Para ele a miscigenação torna o indivíduo mais propenso aos vícios e às doenças.

Além da miscigenação como um grande fator para o fracasso do Brasil enquanto nação, Prado considera a escravidão como um elemento contraditório na formação do país. Pode-se perceber que ele não baseia o problema sobre uma ou outra raça, mas sim a miscigenação ou a problemas de construção social, como a escravidão. 

Nota-se que as teorias raciais são importantes para o entendimento do livro, porém, não são determinantes, já que o autor adapta essas idéias e usa à sua forma durante a obra. “Uma atitude antropofágica tipicamente modernista.” [3]

Concepção de História na Obra

De acordo com a proposta de Paulo Prado era imperativo o estudo do passado brasileiro para se entender o presente. O processo de povoamento, exploração e criação do país davam bases e explicavam o momento no qual o autor vivia. De certa forma, para complementar essa visão clássica da história, Prado também arriscou apontar caminhos em que o país deveria seguir.
Com bases na conjuntura do passado brasileiro, Paulo Prado identifica a propensão do Brasil ao mal da imitação, tanto na estrutura política quanto em “tendências sociais”. 

Ao avaliar o Brasil como um “corpo anêmico” sem formações sólidas, o autor também diagnostica o problema dos políticos que mesmo bem-intencionados são atrapalhados por uma tradição de “politicagem”. 

A solução para estes problemas
 historicamente construídos estão na guerra 
ou na revolução, de acordo com Prado. 
(???)

 
 Muitos atribuíam a esse livro uma previsão da revolução de 1930 que ocorreria quase dez anos depois, porém, como já foi dito, a projeção era prática comum à concepção de história dos homens daquele período.

As observações feitas no livro foram polêmicas e acusadas de pessimistas, o fato é que Paulo Prado enfrentava o desafio de reinventar a nacionalidade brasileira à luz das idéias modernas do começo do século XX, mesmo partilhando das idéias da geração de intelectuais do final do século XIX.
 

Yolanda Penteado

 
Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado[1] (Leme, 6 de janeiro de 1903Stanford, 14 de agosto de 1983) era membro de umas das famílias mais tradicionais da aristocracia brasileira, filha de Juvenal Leite Penteado e de Guiomar de Ataliba Nogueira, descendendo por seu pai de João Correa Penteado e Izabel Paes de Barros.

Brasão dos Paes de Barros Penteados
Nasceu na riquíssima fazenda Empyreo, no município de Leme, São Paulo, sendo fazendeira sensível aos rumos da produção rural no Brasil, e amante e incentivadora das artes, mulher pioneira, grande colecionadora.

 Também costumava frequentar a famosa casa do senador José de Freitas Valle, o senhor da Villa Kyrial, no bairro de Vila Mariana em São Paulo, o Salão Cultural mais importante da capital paulista, no início do século XX, sendo um dos idealizadores da Semana da Arte Moderna, em 1922, onde abrigou grandes nomes da arte, como Lasar Segall, Brecheret, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Sarah Bernhardt e tantos outros.

Sobrinha de Olívia Guedes Penteado, ("baronesa do café" e também grande patronesse das artes de São Paulo, na década de 1920), teve um rápido relacionamento afetivo com o aviador e patrono da Aeronáutica Alberto Santos Dumont no fim de sua adolescência, dentre tantos admiradores, inclusive com o jornalista Assis Chateaubriand que abusada mas carinhosamente a chamava de a "caipirinha de Leme", justo a ela, uma aristocrata refinada.

Casou-se com Jayme da Silva Telles, amigo de sua família, de quem se desquitou após 13 anos, causando polêmica em São Paulo, e, em 1943, casou-se no México (ou "mexicou", como se dizia na ocasião, pois não era uma união válida no Brasil), com o ítalo-brasileiro Francisco Matarazzo Sobrinho, conhecido como Ciccillo, uma pessoa muito rica e influente na época.

 Não teve filhos, pois Yolanda tinha "útero infantil", e jamais poderia engravidar. Era extremamente ligada aos sobrinhos, especialmente à sobrinha Marilu Pujol Penteado Novaes (filha de Juvenal Penteado e Odila Pujol Penteado), que se casou com Otávio Novaes, filho da renomada pianista Guiomar Novaes. Marilu faleceu em desastre automobilístico aos 27 anos, exatamente quando se dirigia à fazenda Empíreo.

Yolanda Penteado e Ciccillo Matarazzo organizaram a primeira Bienal de São Paulo, em 8 de outubro de 1951, com 1.800 obras e 21 países e, na segunda Bienal, em dezembro de 1953, trouxeram de Nova Iorque, onde estava guardada esperando o fim da ditadura de Franco para seu retorno a Espanha, a obra Guernica, de Pablo Picasso, como presente à cidade de São Paulo, nos seus 400 anos, comemorados em 25 de janeiro de 1954.

 Teve importante papel no estabelecimento do Museu de Arte Moderna de São Paulo e das Bienais, inclusive doando sua coleção particular e generosos recursos ao Museu de Arte Contemporânea da USP e colaborou com Assis Chateaubriand no Museu de Arte de São Paulo e na implantação dos Museus Regionais (Olinda, Campina Grande e Feira de Santana).

 Foram muitos os artistas, no Brasil e no exterior, que se tornaram seus amigos. Registrou no livro de sua autoria, "Tudo em Cor de Rosa", algumas das personalidades com quem conviveu.

Não foram poucas as marcas profundas deixadas por Yolanda Penteado, assim como abundam os episódios com personalidades e mesmo de sua vida pessoal, tal como a separação de Ciccillo ou a venda da Empyreo, ao senador Pedro Piva e a tristeza da área que restou dela, cortada pela rodovia.

Seu corpo foi cremado e,
 atendendo a seu pedido, em 18 de agosto de 1983 
suas cinzas foram espalhadas na fazenda Empíreo

 

Representação na cultura 

Retratada em minissérie da Rede Glogo  

Um Só Coração em 2004, pela atriz Ana Paula Arósio.

 
  • Fontes:
     Wikipédia, a enciclopédia livre.

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