- EIGTB - ETE CARLOS DE CAMPOS
A arte brasileira segue hoje as mesmas idéias daquela produzida no mundo. As mudanças introduzidas na arte internacional foram de conceito. A arte conceitual diz: “A Arte é a idéia da arte''. Os artistas da Arte Conceitual não enfrentam mais a matéria (o material da obra), mas sim uma idéia, exigindo a participação mental do espectador.
A arte deixou de retratar a realidade com o Abstracionismo e o Concretismo, e se fez linguagem, referindo se a si mesma. A pintura passou a ser linguagem da linha e da cor: a escultura, a linguagem da forma no espaço-tempo. Desenho passou a ser qualquer suporte, inclusive no espaço, e a gravura, arte para ser multiplicada, hoje também se faz com a tiragem de uma cópia, tornando-se assim, obra única. Tudo, enfim, virou conceito nas novas linguagens.
A linguagem se compõe de dois elementos em conflito: de um lado as regras que regem a linguagem, a sua gramática. De um lado, expressão ou expressividade que o artista precisa usar. Há no âmago da linguagem um conflito: se o artista abusa da expressão, como Van Gogh, ele o faz destruindo as regras. Ou seja, para expressar-se o artista precisa quebrar as regras da gramática. Se ele preferir seguir o rigor das regras, ele perde a expressividade, como aconteceu com Mondrian.
É desse conflito dialético
que nutre a linguagem da arte.
A ruptura da Arte Moderna como linguagem deu-se a partir das obras francês Marcel Duchamp (1887-1968). Sua obra mudou o conceito de arte entre 1913 e 1923. Para Duchamp, o artista da era industrial não mais trabalhava um patrão ou mecenas, como fez no passado. Era agora um empresário. O artista da nova ordem produz obras sem função o valor de uso.
No mercado,
a procura não precede a oferta.
Cabe ao artista e só a ele decidir
o que produzirá.
Ao colecionador resta a resposta, se compra ou não, como qualquer produto capitalista que segue a lei de oferta e de procura. O circuito de arte dirá se o que o artista produz é ou não arte.
Duchamp criou os ready-mades - obras já feitas. A primeiras delas, denominada Fonte, era um mictório, que mandou ao Salão de Nova York, sob pseudônimo, e causou grande discussão: era ou não arte? Quando o júri disse que aquilo não era Arte, Duchamp perguntou: o que é arte?
Duchamp criou os ready-mades - obras já feitas. A primeiras delas, denominada Fonte, era um mictório, que mandou ao Salão de Nova York, sob pseudônimo, e causou grande discussão: era ou não arte? Quando o júri disse que aquilo não era Arte, Duchamp perguntou: o que é arte?
Esta pergunta até hoje está instalada dentro de cada um de nós. Nascia assim a Arte Conceitual, arte centrada numa idéia, que depende de um conceito, não da obra exibida.
A arte conceitual
teve grande aceitação nos anos 60
e mudou por completo a maneira tanto de ver
quanto de produzir arte até hoje.
A arte brasileira contemporânea apresenta hoje muitas linguagens. A vanguarda acabou. Não há mais movimentos ou escolas de arte liderando o circuito da arte. Pode-se-ia dizer que a arte produzida antes da Pop-Art é Moderna, e, depois da Pop Art, Pós-moderna. Não é bem assim, datas jamais definiram movimentos artísticos, quase sempre percebidos muito mais quando terminam do que quando iniciam.
A arte brasileira não possui uma vanguarda, apesar de ser Arte Conceitual, a que busca exibir uma idéia mais que uma obra, esteja na ordem do dia. Há artistas que usam todo tipo de linguagem: figurativa, geométrica, abstrata etc. E artistas que fazem arte com novos meios: vídeos, instalações etc. Os conceitos mudaram. Uma escultura pode não ter volume. O escultor atua questiona os limites da escultura, se a fizer bidimensional.
As instalações tomaram conta arte brasileira. É preciso cuidado ao avaliar uma instalação. Ela deve ter uma tese por trás das obras expostas. Um verdadeiro teorema visual definiria melhor uma instalação. Não basta encher uma sala com objetos. É preciso exibir corretamente um conceito, que definir a instalação no universo da nova linguagem da arte. É bom lembrar que cada artista que se expressa uma linguagem contemporânea e usa conceitos diversos e diversificados.
O artista atual não é mais pintor, desenhista, escultor ou gravador. Ele é só artista. Experimenta todo tipo de linguagem, do conceito, de material etc. Esta, a grande mudança visível na arte atual. A linguagem do artista contemporâneo faz menção a conceitos de História da Arte, discute o suporte, o volume, a própria definição de arte, além de usar símbolos e signos próprios.
Por isso, o observador precisa conhecer os vários ângulos da proposta apresentada. Pode-se dizer que o artista atual faz da arte uma tese, embora alguns deles ainda exibam seu ofício por meio da pintura, gravura, desenho e escultura. Essas técnicas, contudo, estão cada vez mais se distanciando do universo que a arte promete para o futuro.
As instalações tomaram conta arte brasileira. É preciso cuidado ao avaliar uma instalação. Ela deve ter uma tese por trás das obras expostas. Um verdadeiro teorema visual definiria melhor uma instalação. Não basta encher uma sala com objetos. É preciso exibir corretamente um conceito, que definir a instalação no universo da nova linguagem da arte. É bom lembrar que cada artista que se expressa uma linguagem contemporânea e usa conceitos diversos e diversificados.
O artista atual não é mais pintor, desenhista, escultor ou gravador. Ele é só artista. Experimenta todo tipo de linguagem, do conceito, de material etc. Esta, a grande mudança visível na arte atual. A linguagem do artista contemporâneo faz menção a conceitos de História da Arte, discute o suporte, o volume, a própria definição de arte, além de usar símbolos e signos próprios.
Por isso, o observador precisa conhecer os vários ângulos da proposta apresentada. Pode-se dizer que o artista atual faz da arte uma tese, embora alguns deles ainda exibam seu ofício por meio da pintura, gravura, desenho e escultura. Essas técnicas, contudo, estão cada vez mais se distanciando do universo que a arte promete para o futuro.
É raridade hoje nas bienais a presença de pintores, gravadores e desenhistas, enquanto se amplia à presença de vídeos, instalações, processos de arte digital em cinema, fotografia etc., além de web arte em cyber espaços.
Beuttenmüller, Alberto
Fonte:
Profº Marina Satiko
EIGTB - ETE CARLOS DE CAMPOS
Bibliografia:
Viagem pela Arte Brasileira
Profº Marina Satiko - EIGTB - ETE CARLOS DE CAMPOS
Bibliografia: Viagem pela Arte Brasileira - Beuttenmüller, Alberto
Bibliografia: Viagem pela Arte Brasileira - Beuttenmüller, Alberto
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