sábado, 22 de outubro de 2011

AI WEIWEI - DESTAQUE MUNDIAL NAS ARTES EM 2011

 
 
Ai Weiwei
diz que se sente uma pessoa frágil 
mesmo com prémio prestigiado
 

Depois de ter sido eleito, na quinta-feira, a personalidade mais poderosa no mundo da arte em 2011 pela revista “ArtReview”, Ai WeiWei disse, em declarações à BBC, não se sentir “nada poderoso” com esta nomeação, considerando que vive ainda como se continuasse detido. “Estou frágil, se calhar isso é ser poderoso”, frisou o chinês, lembrando que

é da responsabilidade 
de todos os artistas proteger e defender
a liberdade de expressão.
A distinção a Ai Weiwei surge no ano em que o artista, dissidente do regime chinês, esteve sob grande atenção mediática depois de ter sido detido no aeroporto de Pequim em Abril, sem qualquer explicação das autoridades, que apenas mais tarde, e depois de muitas manifestações públicas de apoio ao artista, defenderam que Ai Weiwei estava detido por evasão fiscal. No entanto, o artista garante ter sido detido ilegalmente pelas suas opiniões.

“O seu activismo lembra-nos como a arte consegue chegar a uma grande audiência e ligar-se ao mundo real”, justificou a escolha Mark Rappolt, editor da “ArtReview”, destacando que a situação de Ai Weiwei permitiu a todos os artistas a mudança da ideia de que trabalham para um público limitado às paredes de um museu ou uma galeria.

A escolha de Ai Weiwei para o topo da lista – o ano passado ficou na 13.ª posição – já está a gerar polémica na China, que criticou a opção na sexta-feira.
“A China tem muitos artistas 
com capacidades suficientes.
Sentimos que a selecção foi puramente baseada 
na sua tendência política e essa perspectiva 
violou os objectivos da revista”, 
disse, citado pela Reuters, numa conferência de imprensa, Liu Weimin, assessor do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.

Mas para o editor da revista, Ai Weiwei foi escolhido por tudo o que representa para a arte, mostrando não só o alcance das obras como o poder que os artistas podem ter.

Em segundo lugar do ranking, onde não consta nenhum nome português, pertence aos directores da Serpentine Gallery, em Londres, Hans Ulrich Obrist e Julia Peyton-Jones, e em terceiro está Glenn D Lowry, director do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Ainda no top dez destacam-se Nicholas Serota, director da Tate e o coleccionador e galerista Larry Gagosian, que o ano passado encabeçou o ranking.

Ai Weiwei, que foi libertado sob caução, estando impedido de dar entrevistas, viajar e usar o Twitter durante um ano, escreveu recentemente um artigo na revista “Newsweek” onde atacou o Governo chinês, falou sobre o ambiente que se vive em Pequim e a opressão do regime feita aos cidadãos.

Principal artista chinês, Ai Weiwei 

continua desaparecido após prisão; entenda o caso

 

  • O artista chinês Ai Weiwei com algumas das sementes de porcelana da obra Sunflower Seeds 
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  • O artista chinês Ai Weiwei 
  • com algumas das sementes de porcelana
  • da obra "Sunflower Seeds"
Principal artista contemporâneo da China, Ai Weiwei, 53, está desaparecido desde o último fim de semana, quando foi detido ao tentar deixar o aeroporto internacional de Pequim. Crítico ao governo, Weiwei participou em 2010 da 29ª Bienal Internacional de São Paulo e tem obras em importantes museus como o Tate Modern, em Londres.

Desde a prisão do artista, os governos norte-americano, francês, britânico, alemão e australiano já pediram à China a libertação de Weiwei. No entanto, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, disse nesta quinta-feira (7) que "os outros países não têm o direito de interferir".
"Este assunto não tem nada a ver com direitos humanos ou liberdade de expressão", afirmou Hong Lei, afirmando que Weiwei é "suspeito de crimes econômicos".
O motivo da prisão, porém, não é confirmado pela mulher do artista, Lu Qing, que revelou nesta quarta-feira (6) não ter "qualquer notícia das autoridades sobre o destino de Ai Weiwei", embora a Polícia seja obrigada por lei a informar a família em até 24 horas. O advogado do artista, Liu Xiaoyuan, afirmou também não ter notícias.
Nesta quinta-feira, mãe e irmã de Weiwei colocaram um aviso de "pessoa desaparecida" na internet, de acordo com a agência de notícias alemã Deutsche Welle. Segundo disse a mãe do artista, Gao Ying, à Agência EFE, "a investigação por crime econômico é um truque de magia para deter meu filho, é uma campanha de propaganda".

CRONOLOGIA 

DA RECENTE RELAÇÃO WEIWEI x CHINA

Nov/2010: Weiwei é colocado em prisão domiciliar ao organizar um jantar em protesto à demolição de seu ateliê

Dez/2010: Impedido de viajar à Coreia do Sul, de onde seguiria para a Europa, o artista não vai à cerimônia de entrega do Nobel da Paz a seu compatriota Liu Xiaobo, na Noruega

Jan/2011: O ateliê do artista começa a ser demolido por autoridades do governo em Xangai
Abril/2011: Weiwei é detido ao tentar deixar o Aeroporto Internacional de Pequim
Em entrevistas à EFE, tanto mãe quanto mulher de Weiwei disseram não ter medo, mas expressaram grande preocupação com a saúde do artista, que necessita medicação diária contra diabetes e hipertensão.
Weiwei é um dos artistas mais consagrados da atualidade. No último mês de fevereiro, um lote com 100 mil sementes de girassol feitas em porcelana e pintadas a mão -- parte de sua obra "Sunflower Seeds" --, foi vendido por cerca de US$ 560 mil pela casa de leilões Sotheby's, em Londres. 
Weiwei é também arquiteto, fotógrafo e curador, tendo ajudado a conceber o famoso estádio Ninho do Pássaro, palco da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
A prisão aconteceu poucos dias depois do artista ter anunciado à Agência AFP a intenção de abrir um estúdio na Alemanha para expor sua obra, exasperado com a pressão na China. 
Ativista político e dissidente do regime, Weiwei foi colocado em prisão domiciliar em novembro de 2010, ao organizar um jantar em protesto à demolição de seu ateliê, considerado uma construção ilegal. Em dezembro, ele foi impedido de viajar à Coreia do Sul, de onde seguiria para a Europa, e não foi à cerimônia de entrega do Nobel da Paz a seu compatriota Liu Xiaobo.
 No último mês de janeiro, 
seu ateliê começou a ser demolido 
por autoridades do governo em Xangai.
O artista também já chegou a sofrer um derrame cerebral após ser espancado pela Polícia por se mostrar a favor das crianças mortas no desabamento de escolas no terremoto de Sichuan, em 2008.
  • Reprodução Obra do artista na entrada do pavilhão da Bienal na 29ª edição do evento (setembro/2010)
    OBRAS:

Os desafios de Ai Weiwei 

A arte de Ai Weiwei

As autoridades de Xangai demoliram ontem o estúdio do artista e ativista pelos direitos humanos Ai Weiwei.

Em novembro do ano passado, Ai queixara-se de que as autoridades tinham decidido demolir o seu estúdio, que ainda nem tinha sido inaugurado, por “razões políticas”.

Instalação de Ai Weiwei no The Mori Art Museum

Na altura, Ai foi posto em prisão domiciliar durante uma semana. A intenção era impedir um mega protesto que o dissidente preparava para “comemorar” a demolição forçada do seu estúdio,avaliado em milhões de dólares, na cidade de Xangai.

A notícia da festa protesto ganhou adeptos em todo o país. O movimento já contava com a participação de oito bandas de rock e milhares de simpatizantes que viajariam de todo a China, até Xangai para participar do evento. Temendo perder o controle da situação, as autoridades chinesas, tiraram o artista de cena e desmobilizaram os viajantes.

Ai Weiwei’s Spider located at Exchange Flags Liverpool

Essa não é a primeira vez que as autoridades chinesas reagem a um gesto de Ai, em 2008, foi espancado tão severamente pela polícia em Chengdu, capital da província de Sichuan, onde ele tinha ido para depor no julgamento de um companheiro de militância, que precisou de uma cirurgia para drenar sangue do seu cérebro.

O próprio artista documentou a destruição do estúdio, publicando fotografias na sua conta na rede social Twitter (twitter.com/aiww).

A demolição do estúdio de Ai Weiwei

Ai Weiwei, de 53 anos, é um dos artistas contemporâneos chineses mais conhecidos e premiados no Ocidente. É também dos artistas mais politicamente ativos na China, ele tem denunciado escândalos de corrupção, e no ano passado manifestou o seu apoio ao prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo, que cumpre uma pena de prisão por subversão.

Fuck Off, 2000, performance de Ai Weiwei, Shanghai

Fãs de Ai Weiwei usam “nudez em massa” 

para protestar contra o governo chinês



O artista plástico e ativista chinês Ai Weiwei ganhou mais uma vez um apoio em massa dos chineses. Depois de receber inúmeras doações para pagar uma multa imposta pelo governo por suposto crime de sonegação, Weiwei ganhou agora o apoio de um movimento de “nudez em massa”.


No ano passado, Weiwei publicou a foto acima – “Um tigre e oito peitos” – na qual aparece nu com quatro mulheres. Recentemente, Weiwei passou a ser investigado novamente pelo governo chinês, desta vez por pornografia. 

Para mostrar solidariedade ao artista, responsável pelo desenho do Ninho do Pássaro, o estádio olímpico dos Jogos de Pequim, chineses começaram a publicar na internet imagens de “nus artísticos”. 

Elas estão em sites 
como o Ai Wei Fans’ Nudity e o Awfannude, 
que proclama: 

Li
Fonte:
*Com agências internacionais
http://entretenimento.uol.com.br/
seg , 21/11/2011-Redação Época

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