segunda-feira, 11 de junho de 2012

NISE DA SILVEIRA



Nise da Silveira e os gatos Co-Terapeutas


Peça teatral resgata a vida da psiquiatra Nise da Silveira
 que via os gatos como co-terapeutas

“Na próxima encarnação, 
se houver, eu quero nascer gato!”


“Na próxima encarnação, se houver, eu quero nascer gato!”
 Assim dizia a alagoana Nise da Silveira que revolucionou os tratamentos psiquiátricos no Rio de Janeiro, numa época em que foram ressuscitados os arcaicos eletrochoques. Nise, inconformada com os métodos cruéis para disciplinar os chamados “loucos”, investiu todo seu tempo, conhecimento e coração na terapia ocupacional, fazendo com que os pacientes esquizofrênicos externassem seus sonhos, medos e outros sentimentos em esculturas, pinturas e outros trabalhos artísticos.
Da terapia ocupacional passaram a fazer parte também dezenas de gatos que caíam nas graças de Nise. Ela admirava a atitude independente dos felinos, permitindo e incentivando o convívio dos pacientes com eles. O resultado desse projeto é hoje acervo do Museu de Imagens do Insconsciente (Rio) e muitas das obras podem também ser vistas no espetáculo “Nise da Silveira – Senhora das Imagens”, que fica em cartaz até 29 de março no Teatro Eva Herz, localizado dentro da Livraria Cultura, na Avenida Paulista, com apresentações às quartas e quintas.
A peça, que tem excelente trilha sonora assinada por João Carlos Assis Brasil e é dirigida por Daniel Lobo, funciona como um resgate multimídia da vida de Nise e, ao fundo do palco, desfilam inúmeros quadros dos pacientes do Centro Psiquiátrico Pedro II, onde Nise trabalhou por duas vezes, em fases distintas da vida.
No governo de Getúlio Vargas, ela esteve presa por um ano e meio devido a seu envolvimento com pessoas da esquerda. E ao sair da prisão ficou sete anos afastada da profissão. Mas quando retornou provocou uma grande revolução pela qual é reconhecida como “uma mulher à frente de seu tempo”.
 
 
 
A atriz Mariana Terra, que interpreta a psiquiatra, é fantástica. Em diversos momentos temos a impressão de estar ouvindo a própria Nise falando. Mariana, por vezes, também interage com a platéia para saber o que as pessoas acham da loucura – uma doença ou estado do ser que a própria Nise nunca se atreveu a definir, mas fez tudo para compreender e acolher sem práticas traumáticas ou invasivas.
No livro, infelizmente esgotado, “Gatos, A Emoção de Lidar”, a médica conta como os gatos puderam ajudar nos tratamentos e nos ateliês de terapia ocupacional. O interesse em inserir animais nas terapias surgiu quando Nise delegou a um paciente os cuidados a uma cadela de rua que havia sido atropelada. O progresso do interno foi tão grande que ela passou a admitir gatos e alguns cães como co-terapeutas.
 
 
Nise foi discípula de Carl Jung e esteve pessoalmente com o mestre da psiquiatria moderna. Aliás, Jung apresentou as obras do Museu de Imagens do Inconsciente durante o II Congresso Internacional de Psiquiatra em Zurique, em 1957, fazendo com que especialistas do mundo todo pudessem apreciar o trabalho pioneiro da psiquiatra brasileira.
Mariana Terra conheceu Nise por meio de seu pai, que também era psiquiatra e defendia a terapia ocupacional e, com esse espetáculo, procura manter viva a técnica que tirou das sombras centenas de pacientes que teriam suas memórias apagadas e sentimentos congelados pelos eletrochoques. 

 
 
Nise morreu em 1999 aos 94 anos de idade quando já estava presa a uma cadeira de rodas e sofrendo com a saudade de seu gato Carlinhos, com quem aparece em grande parte das fotos. Em uma entrevista à Revista Veja, um ano antes de sua morte, ela chegou a comentar que lamentava não ter escrito um livro sobre os maus-tratos aos animais.
Com dança, canto, vídeo e excelente interpretação, Mariana Terra nos mergulha no mundo de Nise. A peça já percorreu parte do Nordeste e ficou bom tempo em cartaz no Rio. Uma boa dica para quem convive com gatos e entende o que Nise queria dizer com:
 SERVIÇO
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 - Fone (11) 3170-4059
Quartas e Quintas, às 21h
 Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Escrito porFátima Chuecco
Frases de Nise da Silveira:

“Os gatos são excelentes companheiros de estudo, 
amam o silêncio e cultivam a concentração” 
 
“O gato 
é essencialmente livre
e essa liberdade desafia o homem”.

 Nise da Silveira - Loucura

"Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas" (Nise da Silveira)

 Nise da Silveira - Sobre C. G. Jung

"C.G.Jung nunca pretendeu construir um sistema psicológica. Na sua opinião a psicologia, como ciência, está na infância, é complexa, é difícil, e terá ainda muito que crescer. Não se pode cogitar, pelo menos por enquanto, de sistematizações doutrinárias com pretensões definitivas." (Nise da Silveira)
 
  "Para navegar contra a corrente são necessárias condições raras: espírito de aventura, coragem, perseverança e paixão. "
(Nise da Silveira)

1."Não me atrevo a definir a loucura."
 

2."Um diálogo é estimulante,a solidão também."
 

3."O que melhora no atendimento é o contato afetivo de uma pessoa com outra.O que cura é a alegria,o que cura é a falta de preconceito."
 

4."Estou cada vez menos doutora,cada vez mais Nise."
 

5."Eu não sou muito do passado,
sou do futuro.Quem olha demais pra trás,fica."
"... o artista aprende muito mais do íntimo do outro que um médico."
 
"Ainda bem que eu nunca convivi com gente muito ajuizada" 


 "Há pessoas que não gostam de gatos, talvez porque provavelmente não conseguem suportar a sua própria independência"

Liberdade: "Quero vadiar como uma borboleta"

É melhor ser um lobo magro mas solto, que um cachorro gordo na coleira" 
"Todos os problemas resolvidos hoje não estão resolvidos amanhã.
Recomeçar tudo a cada dia"

Qual seria o lugar da terapêutica ocupacional no meio do arsenal constituído pelos choques elétricos ... ; pelo coma insulínico; pela psicocirurgia; pelos psicotrópicos ... Um método que utilizava como agentes terapêuticos pintura, modelagem, música, trabashos artesanais, logicamente seria julgado ingênuo e quase inócuo. Valeria quando muito para distrair os os internados ou para torná-los produtivos em relação à economia dos hospitais.


"A criatividade é o catalisador por excelência das aproximações de opostos. Por seu intermédio, sensações, emoções, pensamentos são levados a reconhecer-se, a associar-se."
”Quando alguém consegue liberta-se de um surto psicótico livrando-se assim de suas amarras ,jamais voltará a ser a mesma pessoa” .Eu digo mais ,se alguém  observa a vida jamais aceitará amarras .Não existe para estes conceitos prontos ,sejam religiosos etc...

“Os gatos são os seres mais lindos , inteligentes e independente do mundo.Essa é a razão porque os homens tem tanta dificuldade de lidar com eles  e os perseguem desde o inicio dos tempos
 Há beleza na alegria ,e mesmo na saudade ,na tristeza ,no sofrimento e até na partida ,há beleza.
 A VIDA É UMA BELEZA!
 

” Há beleza na vida ,há beleza em tudo. VOCÊS VEEM ? 


 
 “SÓ OS LOUCOS E OS ARTISTAS PODEM ME COMPREENDER”

 
 
Livro de Nise da Silveira
 SERVIÇO
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 - Fone (11) 3170-4059
Quartas e Quintas, às 21h
 Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

Li
 Fonte:Diversas e
http://jornalista.fatima.blog.uol.com.br/arch2012-02-12_2012-02-18.html
 

Um comentário:

Teresa Raquel disse...

Grande mulher,a frente de seu tempo,uma verdadeira libertária,um espírito realmente iluminado por Deus.