Conversa com Aracy Amaral (UFG - Banquete de Livros 2012) 153min
Aracy A. Amaral |
Foi professora-titular de História da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1975-1979) e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo .
(1982-1986), membro do Comitê Internacional de Premiação do Prince Claus Fund, em Haia, na Holanda, e cocuradora/coordenadora-geral do Projeto "Rumos" Itaú Cultural (2005-6). Em 2006 ganhou o prêmio Fundação Bunge (antigo prêmio Moinho Santista) por sua contribuição à área de Museologia.
Além de ter organizado diversas exposições importantes, publicou também, entre outros, os livros Blaise Cendrars no Brasil e os modernistas (1970), Artes plásticas na Semana de 22 (1970), Tarsila: sua obra e seu tempo (1975), todos reeditados pela Editora 34.
Aracy Abreu Amaral
Historiadora, crítica, curadora de arte e professora titular de historia da arte da FAU-USP. Graduada em jornalismo pela PUC-SP, mestre em história pela USP e doutora em artes pela mesma instituição. Recentemente foi curadora convidada da 8ª Bienal do Mercosul e da Trienal do Chile, bem como coordenadora do projeto Rumos do Itaú Cultural. Integrante do Comitê Internacional de Premiação do Prince Claus Fund (Haia, Holanda). Diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP (1982-1986) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1975-1979). Recebeu o John Simon Guggenheim Fellowship, entre outros prêmios.
Cena Artística: Arte Contemporânea por Aracy Amaral
Aracy Amaral questiona o poder de impacto das produções artísticas em exposição na cena da arte contemporânea, tendo por base algumas exposições, como a da coleção do Museu Astrup Fearnley, ocorrida na Fundação Bienal: “Haveria algo para se surpreender do que é apresentado?”.
Vemos as pessoas, aparentemente entediadas, visitando Bienais, ou uma exposição de arte, individual ou, sobretudo, coletiva, nacional ou estrangeira. Por quê? Na verdade, quem se surpreende, se impacta, com o que vê? Mas, pergunto: haveria algo para se surpreender do que é apresentado?
Caminhamos, flanamos,
o olhar vagando pelas peças,
não nos detendo em nenhuma...
Por que nos deteríamos em alguma? Nenhuma nos demanda maior atenção. Por vezes aflora um sorriso leve, outras vezes emerge a irritação quando vemos o clima de “parque de diversões” que parece dominar em muitas coletivas como se esse fosse o objetivo. Distrair as pessoas? “Interagir”? como se estivéssemos mexendo com gadgets como os que adquirimos em lojas de museus?
Afinal, o que vem a ser arte em nossos dias? Boa pergunta, que nos fazemos todos e mesmo artistas, curadores, críticos, jovens artistas se fazem indagações e arriscam respostas. Mas seriam satisfatórias essas respostas?
Um artista percorre os longos quilômetros de fronteira entre o Rio Grande e o Uruguay, reunindo pedras ao longo do percurso, ou persegue a busca do som nas nascentes de águas de bacias hidrográficas do Brasil, ou propicia que se veja um ângulo dos céus a partir de uma caverna em terras arduamente escavadas, um artista caminhante projeta registrar em poéticos desenhos, diários e fotos sua trajetória ao longo de um projeto no Atacama, tudo é idéia, tudo é arte? Ou seja, qualquer forma de projeção imaginosa é arte, mesmo que despossuída de uma realização formal que demande domínio de certa natureza, alguma mestria, para ser fixada numa película, numa tela, num papel, ou num DVD para fins de projeção.
Mudou a natureza do que se pensava denominar de “arte”. Assim como as coisas mais habituais que fazemos hoje em nosso cotidiano, que pareceriam impensáveis há 40-30 anos atrás: como não andar quase com dinheiro e sim com cartões de plástico, com os quais pagamos quaisquer gastos em todos os países do mundo, possuir o Brasil mais celulares que telefones fixos, a comunicação instantânea para obter informações antes só possíveis em bibliotecas ou em livros pesquisados pacientemente, obter imagens de obras de arte de outros séculos eletronicamente sem recorrer a outras máquinas ou laboratórios especializados ou museus, enfim, o mundo é outro!
Mas aceitar tudo isso significa estarmos sendo demasiado indulgentes para com as manifestações de nosso tempo? Não sei. Respeito as realizações citadas acima pois conheço o percurso dos artistas e sei de sua seriedade e da inserção desses projetos em sua trajetória. Mas em mais jovens, como explicar? Será totalmente desnecessário que o artista pintor de hoje saiba desenhar, quando na palavra “desenho/designo” está implícito o sentido de projeto? Será esse pintor de hoje bom fotografo ou sua metodologia é projetar imagens fotográficas para pintar sobre elas? Com que qualidade, ou caráter, em sua gestualidade pictórica?
Exaurida a busca da excelência da forma, esgotadas as preocupações políticas que durante muito tempo inspiraram os artistas de maneira velada ou direta, inexistente hoje o domínio técnico na elaboração das obras (pois sabemos que freqüentemente são executadas por profissionais que nada têm a ver com a sua concepção), o que resta? Se nosso pensamento vai para instalações, realizadas por assistentes deste novo entrepreneur que é o artista de nossos dias, este homem que trabalha por vezes com técnicos que ao computador ou nas oficinas realizam por ele seu trabalho enquanto o “criador” está ao celular, ou na classe executiva de algum vôo para um de seus destinos por seus compromissos internacionais, que o tornam um nômade constante, quais os instantes em que, trancado diante do monitor, num quarto de hotel ou em casa, pode conceber com calma suas próximas peças ou exposições?
Quantos são os artistas que em sua solidão, tentando obter resultados diversos de seu discurso anterior, lutam por uma revelação numa tiragem nova de uma gravura, ou pelejam diante de uma tela... Não tentando terminá-la às pressas, a fim de colocá-la no próximo leilão, mas a fim de compará-la com suas obras anteriores... Este personagem está difícil de ser encontrado nas novas gerações, mais ansiosa pelo sucesso, por sua inserção segura no mercado, sem qualquer preocupação com algo que se chama “qualidade”. Afinal, para quê? Pois há colecionadores jovens que agora querem poder exibir o que o galerista lhes aponta sem sequer ter noção do percurso, das origens tão recentes desse artista.
Há hoje pouca coisa de qualidade e busca ao nível dos caminhos de um Anselm Kiefer, de um Francis Bacon, de um Bill Viola, ou Bob Wilson, das reflexões iluminadas de Anish Kapoor. Ou das tecnologias manipuladas por Olafur Eliasson presentes em todos os quadrantes do mundo. A palavra de ordem é estar presente em leilões e Bienais, e vender. O catálogo deste ano dos leilões de Seul, na Coréia, nos assombrou com sua quantidade de artistas “qualquer coisa”. Mas os coreanos também assim poderiam denominar nossos criadores ao ver um catálogo de uma nossa Bienal, ou de um nosso leilão de sucesso, ou de uma feira de arte ocidental com suas dezenas de galerias.
Talvez a nossa fadiga esteja dando sinais por vermos tanto de arte como rejeito de uma sociedade industrializada, os detritos como arte, por exemplo, Hirschhorn. Que vimos em museu de Maastricht, na Holanda, há alguns anos, depois na 27ª. Bienal de São Paulo e agora na Bienal de Veneza, onde no pavilhão da Suíça seu enorme labirinto se assemelha ao lixo reciclável. Ou seja, limpo, porém detrito e lixo.
A arte a partir da sociedade de dejetos da industrialização chegou há quase um século (pela ordem: com Picasso, Duchamp, Schwitters...), mas me pergunto: veio para ficar? Porque já a vimos entre nós, com a sensibilidade de uma Sara Ramo, por exemplo, mas sempre na presença de dejetos. Pois há que diferenciar entre o resíduo industrial seletivamente colhido e disposto pelo artista, como já o realizou Jac Leirner, ou uma Rivane Neuenschwander, e o dejeto organizado no espaço como estamos mencionando.
Deve-se observar, contudo, que há também o “rechazo” como se diria em espanhol, da sociedade, disposto em labirinto com outro espírito, talvez até mesmo o de natureza morta construída pelo tempo com o pó, com a força da passagem do tempo – à maneira da riqueza visual/plástica de um Morandi - e que vimos nesta Bienal de Veneza nos tensionados espaços percorríveis em labirinto de um Mike Nelson da Grã-Bretanha. Mas que caminhando pelos meandros de seus espaços soturnos eles perdem de seu espírito e magia, concebidos sem duvida por seu criador, pela multidão apressada que percorre quase aos trancos o pavilhão britânico.
Tudo é arte?
Onde a indignação do artista para com a sua sociedade senão nesse seu olhar despectivo pelo que o rodeia e do que ele se vale para sua fama e sucesso?
Ou isso é indignação?
Difícil de dizer.
Há ainda artistas mais jovens que surpreendem o publico por perseguirem um desejo formal? Ou naturalmente, pelo tempo em que vivemos, um de seus olhos está no trabalho e o outro no curador que poderia convidá-lo para um evento relevante? E que importa? Vende-se bem no dias que correm, dizem com certa ansiedade os artistas mais palatáveis que os veteranos (mas, porque?).
Arte de participação? onde?
Hoje o publico é passivo, passeia pelos espaços expositivos, vê vídeos, observa nos monitores as últimas inovações, tal como quando de volta à casa, se senta diante do computador e liga a TV para a novela ou noticiário ou segue os últimos e-mails ou mensagens em seu celular avançado... Resta algo dessa rápida exposição de seus olhos frente a uma criação sensível? (ou são estas indagações improcedentes, posto que também a presença constante de uma tela na parede da sala acaba por neutralizá-la a nossos olhos tornando-a invisível...?)
A realidade de um país emergente
E de repente a exposição da Índia no Maxxi, novo Museu de Arte Moderna de Roma, apresenta a manualidade a partir do lixo industrial como fonte de criatividade, (como na exposição dos primeiros anos do século Future is handmade realizada na Holanda nos surpreendeu com inovações cromáticas e de materiais). A exposição da Índia pode soar como fora do mainstream, algo estranho para o mundo tecnologizado, minimalista das artes ocidentais, sobretudo de um país como o Brasil, que se pretende “avançado” (pobre país o nosso, o IDH que o diga, o analfabetismo que o diga, o quase nulo número de livros lidos por habitante que o diga, país hipócrita, recheado de preconceitos, justiça e polícia que se vendem, leis que só existem impressas válidas para uma exclusiva minoria, de impunidade dominante, corrupção que ajuda o desnivelamento social, onde o esporte será rei por decreto por mais 5 anos !). Mas é sem duvida, a exposição da Índia, uma resposta criativa, pois recorre ao dejeto reconstruído, para suas criações.
Na verdade, o mundo é múltiplo. É vário, como as religiões e apenas três as categorias de gente: os muito ricos, os que se agüentam desejando ascender, e os miseráveis: sem país, vivendo em campos de refugiados ou em barracas, quando ocorrem inundações ou terremotos, aguardando a piedade de um hipotético governo que lhes trará alguma dignidade.
Até lá, somos uma minoria irrisória que seguimos vendo exposições... Afinal, qual é a real importância da arte como abertura para experimentações sensoriais, para fazer de um cidadão um ser sensível e esclarecido para observar seu tempo através da resultante realizada pelos artistas...
Mesmo assim, como evitar que o mundo da arte não soe pretensioso... quando não pleno de realizações rasas, os artistas mais novos pouco sabendo que já se fez há 30-40 anos algo que hoje concebem pensando que são os primeiros...
Quanta perplexidade e indagações
diante desta fronteira da arte contemporânea...!
O poder da arte-educação
Por outro lado, qual a real função da arte-educação, que gera tantos seminários e conferências? Quais os intelectuais conhecidos que se podem citar como interessados em arte-educação? Aparentemente somente dentro dos limites acadêmicos, pois são raros os que abordam o debate critico ou as questões da arte de nosso tempo. Estarei sendo desconhecedora de fatos reais? O objetivo dos arte-educadores é levar mais público aos museus? ou desenvolver nas crianças o senso de criatividade estimulando-a a “fazer arte”, segundo impulsionava há décadas Ivan Serpa a fim de formá-los como melhores cidadãos? Ou ajudar o visitante a “saber ver” arte?
Antes na cena artística a prioridade eram os artistas e suas criações, depois ascenderam em importância os curadores, anteriormente conhecidos como “organizadores” de exposições, e que se interpuseram entre o artista e a forma de apresentar seus trabalhos, quase assumindo uma autoria, nem sempre bem sucedida. Hoje as cartas na mediação são dadas por arte-educadores. Mas o que dizer quando lhes é dado participar de remontagem de um acervo como o da Pinacoteca do Estado, e percebe-se como resultado uma interferência na coleção, na retirada de certa solenidade que a meu ver deve imperar no espaço expositivo na apresentação das obras, ocorrendo um desmembramento de obras de primeira grandeza na tradição desse museu, que, como tantos, possui, claro, lacunas a serem ainda preenchidas.
O que dizer quando percebemos uma acentuada ocupação “educacional” do espaço museológico? Essa prioridade não deveria ser uma grave e adequada disposição das peças do acervo a partir de uma visão critica/histórica dessa mesma coleção?
Comemorativa?
Falando de nossa agitada cena artística, impossível deixar de mencionar a poderosa exposição da coleção do Museu Astrup Fearnley, de Oslo, Noruega, aberta na Fundação Bienal. Uma grande exposição como essa, que em três andares exibe a vasta coleção de arte contemporânea de um museu, sempre é bem vinda. Acho interessante para os artistas e amadores de arte locais conhecer os trabalhos originais de artistas tão celebrados, de hoje. Mas não me falem em comemoração de 60 anos da Bienal. O que essa mostra tem a ver com nossas Bienais?
Não importa o valor que deve ter custado essa exposição, pois se a Bienal pode, que a faça. Mas considerar que essa exposição tem alguma relação com a historia das Bienais de São Paulo em seus tumultuados 60 anos que acompanhamos desde a primeira em 1951, é algo bem diferente.
Não se falou em seu iniciador, Matarazzo Sobrinho, nos diversos diretores e curadores das Bienais ao longo das décadas, dos artistas premiados e representados em sessenta anos, estrangeiros e brasileiros. Nenhuma palavra. Não houve comemoração. Foi trazida uma coleção com a presença de obras de primeira grandeza de artistas hoje festejados internacionalmente, seja britânicos como norte-americanos, entre outros de varias nacionalidades. Mas não ocorreu, que se saiba, nenhuma comemoração na expressão da palavra.
Pode-se admirar a importância das aquisições do museu norueguês, mas passa em branco, ao visitante que percorre a imensa exposição, o nexo entre ela e os 60 anos das Bienais de São Paulo. Parece ter faltado um historiador de arte junto à Fundação Bienal, alguém que orientasse a entidade do ponto de vista do que seja uma celebração. Artistas que já participaram das principais Bienais, artistas premiados? Aliás, este recorte já foi tentado, se bem me lembro, nos anos 70. Mas se houve agora ampla possibilidade financeira para uma mega-exposição, porque então não fazê-la homenageando pelo menos certos artistas que marcaram, em nosso meio, com sua presença, a nossa Bienal?
Novembro de 2011
Estes questionamentos talvez levem à discussão sobre os limites da prática curatorial na relação com “os aparatos de difusão artística institucionalizados”, tratados em Perspectivas críticas da curadoria, de Sabrina Moura. Mais questionamentos acerca da dimensão sociopolítica da arte a partir da análise de seus espaços institucionais podem ser lido em Como aprender del arte a la hora de reinventar nuestro espacio social, de Chus Martinez.
Um Grande Museu para São Paulo, por Aracy Amaral
Aracy Amaral contextualiza sua proposta de unificação dos museus de São Paulo, pensada no intuito de oferecer condições de maior projeção para nosso patrimônio artístico. Texto publicado na Folha de São Paulo, 1989.
Pensemos grande. As coleções de arte de São Paulo justificariam a implantação de um grande museu com base na potencialidade econômica do Estado. Certas idéias crescem lentamente, emergindo naqueles preocupados com a preservação, correta apresentação museográfica e divulgação de nosso patrimônio. Por volta de 1984, em debate com a presença dos diretores dos principais museus da capital, levantamos a idéia de unirem-se as coleções de arte moderna e contemporânea de São Paulo.
No momento, causou espécie a sugestão. Pouco depois, seria a nossa vez de ficarmos chocados quando após audiência com o governador, acompanhados pelo empresário José Mindlin e pelo reitor Goldemberg (para mim maisuma tentativa de sensibilizar o governo para a construção do MAC na Cidade Universitária), o então secretário Bresser Pereira disse-nos à maneira de reserva em relação ao projeto: "Há tantos museus em São Paulo, o importante não é mais um, mas seria existir um, grande". Ao que rapidamente contra-argumentei mencionando a especificidade de cada museu.
Depois que nos demitimos do MAC-USP diante da indiferença da universidade por seu patrimônio museológico ao longo do tempo, observamos a pertinência daquele parecer diante da pulverização dessas coleções em tantos museus de médio porte, sempre em dificuldades. Chegamos a elaborar esboço de projeto de um grande Museu do Estado de São Paulo,utilizando-nos das coleções estatais (do Estado e da Universidade).
Essas coleções funcionariam como departamentos de arqueologia, etnologia, arte colonial, século 19 e 20 da entidade. Bem conceituado, o setor internacional poderia se desenvolver, isto previsto nos estatutos do futuro museu. Imaginamos então um edifício de imponente arquitetura contemporânea, construído com base nos programas dos diversos setores. A idéia seria o acervo de arqueologia vir do Museu Paulista, MAE-USP e Museu Plinio Ayrosa; preservado o Museu de Arte Sacra pela própria ambiência que o abriga, o Convento da Luz, há peças, contudo, que poderiam proceder da reserva técnica desse museu, da coleção Mário de Andrade e de doações que seriam obtidas de coleções privadas e através do sistema "on loan".
O século 19 seria constituído basicamente por peças da Pinacoteca do Estado e Museu Paulista, tentando-se através de coleções privadas obter um significativo acervo desse século através de cessões temporárias e por aquisições.
O século 20, Brasil e exterior, em setores diferentes, com conservadores paralelos, poderia igualmente contar com as coleções do MAC-USP, Pinacoteca do Estado, Coleção Governo do Estado, Instituto de Estudo Brasileiros da USP, além de possível participação de coleções privadas. Não descartamos a idéia de serem incorporados a museu deste porte setores de mobiliário, design e fotografia (Brasil e exterior), pelas óbvias possibilidades que se abririam.
Com o organograma inspirado nos mais avançados museus do mundo e adequado `a nossa realidade, temos a certeza de SãoPaulo já possuir profissionais de elevado nível para responder pelas diversas curadorias dos setores citados para iniciativa como esta. Claro que não se trata de projeto factível da noitepara o dia, pressupondo-se etapas para unificação das coleções e preservando-se a pesquisa na USP nessas áreas. Haveria resistências difíceis a vencer, problemas de natureza jurídica e trabalhista a serem abordados, sensibilidades de grupos, etc. Porém, diante de um projeto física e conceitualmente respeitável, os estudiosos de nosso patrimônio certamente se tornariam entusiastas em dar sua colaboração.
Qual o estatuto para tal empreendimento? Debate aberto, embora uma fundação dotada de recursos próprios poderia manter e desenvolver a grande entidade museológica. Outra alternativa seria buscar um grupo de magnatas como Mellon, que presidiu a implantação do Metopolitan, de Nova York, mantidas as proporções. A menos que o Estado, como na Europa, garantisse a empreitada, acenando com um interesse até agora irrevelado.
Quando há um ano e meio redigimos o esboço deste museu "grande" para São Paulo, apresentado a dois colegas da USP, o comentário de ambos foi positivo. Recomendaram entretanto que não o divulgasse pois seria crucificada por sua utopia irrealiz·vel. Mas hoje parece estar no ar um projeto de união de coleções estatais de São Paulo. Qual a sua abrangência? Pensemos grande e para o futuro. A USP não mais apresenta os anseios humanisticos de inicios dos anos 60, periodo em que foram criados seus museus.
Por que não reformular projetos que poderiam se desenvolver melhor de outra forma? Por outro lado, reunir as coleções estatais significa um início de idéias.
Às vezes o realismo pode levar a soluções que beneficiem a coletividade, oferecendo condições de maior projeção para aquilo que desejamos colocar ao alcance da fruição da comunidade: nosso patrimônio artístico.
Arte popular: cruzamento de arte popular e modernismo no Brasil-61min.
10min
Tudo que é sólido se dissolve no ar 8min.
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Publicado em 02/07/2012- Licença padrão do YouTube
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